21 de nov. de 2012

Discalculia - materiais


DISCALCULIA


           Setembro/2012


“O cientista político Alexandre Barros (foto) sempre foi mal em matemática. Hoje PhD em Ciência Política pela Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, na infância  e na adolescência chegou a pensar que era incompetente, já que não conseguia multiplicar ou dividir como seus colegas de classe. Segundo ele, todo o período escolar foi um horror. Fui sempre empurrado para professores particulares de matemática. Barros, 68 anos, só foi descobrir a discalculia aos 53 anos, quando já era um profissional reconhecido em sua área e tinha passado por vários obstáculos que o distúrbio poderia lhe causar. Um amigo que lhe ditava um número de telefone percebeu que Barros havia anotado os números numa ordem diferente, e disparou: “Você tem dislexia”. Surpreso, o cientista foi procurar saber mais sobre o assunto e descobriu que tinha um problema parecido com a dislexia. “Descobrir que era discalcúlicolavou a minha alma”, lembra. (Texto extraído do Jornal da Tarde de 29/09/2010).

Assim, como Barros muitas crianças também podem ser discalcúlicas e não estão correspondendo as expectativas satisfatórias de aprendizagem, por isso, pais e professores, devem estar atentos a estas questões e sempre que necessário encaminhar a criança para  atendimento psicopedagógico ou neuropsicopedagógico para que a partir daí sejam feitas possíveis intervenções.
De modo bem exemplificado, a imagem abaixo, mostra alguns tópicos da discalculia:
Se os sintomas abaixo aparecem com muita intensidade, então podemos estar diante de um possível discalcúlico:
• Dificuldades frequentes com os números, confundindo os sinais: +, -, ÷ e x;
• Problemas para diferenciar o esquerdo e o direito (lateralidade);
• Falta de senso de direção (norte, sul, leste, e oeste) e pode também ter  dificuldade com um compasso.
• A inabilidade de dizer qual de dois números é o maior.
• Dificuldade com tabelas de tempo, aritmética mental, etc.
• Melhor nos assuntos que requerem a lógica, do que nas fórmulas de nível elevado que requerem cálculos mais elaborados;
• Dificuldade com tempo conceitual e elaboração da passagem do tempo;
• Dificuldade com tarefas diárias, como verificar a mudança nos dias da semana e ler relógios analógicos;
• A inabilidade de compreender o planejamento financeiro ou incluí-lo no orçamento estimando, por exemplo, o custo dos artigos em uma cesta de compras;
• Dificuldade mental de estimar a medida de um objeto ou de uma distância (por exemplo, se algo está afastado 10 ou 20 metros);
• Inabilidade de apreender e recordar conceitos matemáticos, regras, fórmulas, e sequências matemáticas;
• Dificuldade de manter a contagem durante jogos;
• Dificuldade nas atividades que requerem processamento de  sequências, tal  como etapas de dança ou leitura, escrita e coisas que sinalizem listas, 
• Pode ter o problema mesmo com uma calculadora devido às dificuldades no processo da alimentação nas variáveis.
• A circunstância pode conduzir, em casos extremos, a uma fobia da matemática e de quaisquer dispositivos matemáticos, como as relações com os números.

O psicopedagogo e o neuropsicopedagogo são profissionais indicados para avaliar e acompanhar a criança nesse momento.
Ambos profissionais iniciam a terapia visando melhorar a imagem que a criança tem de si mesma, valorizando as atividades nas quais ela se sai bem, fazendo dessa forma um regate das suas potencialidades.
Num segundo momento, se faz necessário descobrir como é o processo de aprendizagem daquela criança. Às vezes, ela tem um modo de raciocinar que não é o padrão, estabelecendo uma lógica própria que foge ao usual.
Na escola é importante que os professores desenvolvam atividades que contemplem sempre o uso de material concreto, pois essa criança necessita ter o manuseio deste material. E sempre propor atividades em que toda a turma se utilize destes materiais, procurando momentos de troca de interação com o grupo. Também, o aprender através dos jogos se faz de grande valia para crianças discálculicas, propostas de intervenção pedagógicas através desta metodologia serão assunto para próxima postagem deste blog.

Ponto de vista neuropsicopedagógico: Ir mal na disciplina de matemática onde não basta decorar conceitos, mas sim saber aplicá-los, de certa forma é algo opcional de cada indivíduo, pois requer rotinas de estudos, dedicação, empenho... Entretanto, se faz necessário uma investigação mais profunda quando o problema envolve os sintomas alertados anteriormente.

Referências:

ANTUNES, Celso. Jogos para estimulação das Múltiplas Inteligências. 13ª edição. Petrópolis: Vozes, 1998.

BASTOS, J.A. O cérebro e a matemática. São Paulo: Edição do
Autor, 2008

CIASCA, Sylvia M. Distúrbios de aprendizagem: proposta de avaliação interdisciplinar. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003.

GARCIA, J.N. Manual de dificuldades de aprendizagem. Linguagem, leitura, escrita e matemática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

GRANDO, R.C. O jogo e a matemática no contexto da sala de aula.São Paulo: Paulus, 2004.

SILVA, Willian R. C. Discalculia: Uma abordagem à Luz da Educação Matemática. Projeto de Iniciação Científica. São Paulo: Universidade Guarulhos, 2008. Disponível em:http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/MATEMATICA/Monografia_Silva.pdf



Saiba um pouco mais sobre a DISCALCULIA

DISCALCULIA
Embora o aprendizado da matemática possa sofrer interferência por várias razões, como o ensino deficiente de algumas escolas ou graves problema psiquiátricos, o que a ciência cognitiva tem comprovado nos últimos anos é que o principal motivo que leva uma criança a ter dificuldade para aprender matemática são alguns déficits cognitivos.
Ao contrário da dislexia, os estudos na discalculia ainda estão incipientes e muita coisa ainda temos que descobrir.
A região cerebral mais importante para as habilidades matemáticas é o lobo parietal. Porém, muitas áreas cerebrais estão envolvidas e necessitam estar em perfeito funcionamento para o bom desempenho em matemática. Isto siginifica que fazer cálculos, aprender a tabuada e entender as histórias matemáticas dependem de várias funções mentais que precisam estar íntegras. Enquanto na leitura a linguagem é a principal função cognitiva envolvida, na matemática muitas funções agem conjuntamente e o comprometimento de um delas já pode trazer problemas no aprendizado. Daí a necessidade de uma avaliação neurocognitiva detalhada no estudo de crianças com discalculia.
SINTA COMO É SER PORTADOR DA DISCALCULIA.
Vamos nos colocarmos na pele de uma criança com discalculia para que deixemos de julgá-la e possamos entender e sentir o que ocorre com ela:
Vamos supor que você goste de fazer cálculos de matemática. Subitamente surge uma nova regra, agora a velha e conhecida tabuada muda todo dia. A cada dia há uma tabela nova, onde os resultados são modificados, por exemplo, hoje 5+6 é 12, amanhã pode ser 9 ou 40, depende da cabeça de quem faz a tabela.
Assim, "antigamente", para somar 25+19, você rapidamente calculava o resultado e dava: 44. Com as novas mudanças, você precisa olhar na tabela cada vez que vai calcular.
Hoje a tabela (nova tabuada) é a seguinte:
5+9 é 11
2+1 é 7
1 + 7 é 16.
Agora calcule 25 + 19. vamos ver quanto tempo leva e se você acerta.
PODE TENTAR...
PODE TENTAR...
PODE TENTAR...
TERMINOU???
Assim, segundo a “nova tabuada" o resultado do cálculo 25 + 19 será:
5+9=11, fica 1 e eleva o outro 1; 2+1 é 7, mais o 1 que foi elevado dá 8, então resultado será 81. Espera aí! O 1 que foi elevado e somado ao 7 não resulta mais em 8, porque hoje a tabela diz que 1+7 é 16!!!
Dá para entender a dificuldade de fazer um cálculo assim? Você desiste de fazer qualquer cálculo e não quer mais nem saber de matemática! Cada cálculo é um sacrifício enorme, a tabela tem que ser consultada a cada passo. Um trabalho sacrificante. Agora pense que pode ocorrer algo mais ou menos assim se uma criança apresenta um sério problema de memória para fatos matemáticos! Ela precisa contar nos dedos cada vez que vai fazer uma conta, porque, devido a um problema na memória, o que parece simples para os outros, é um tormento para ela.



  


Fontes: http://silvanapsicopedagoga.blogspot.com.br
neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com.b

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