Joao e o Pe de Feijao
João e o pé de feijão
"No tempo do Rei Alfredo, muito longe de Londres, vivia uma pobre viúva.
Ela tinha um único filho, que era muito rebelde e extravagante. Aos
poucos, ele gastou todo o dinheiro que ela possuia. Um dia, pela
primeira vez na vida, censurou-o:
- Filho malvado!!! Não tenho mais dinheiro nem sequer para comprar um
pedaço de pão. Só o que me resta é a minha pobre e velha vaca.
João tanto amolou a mãe para vender a vaca, que ela acabou consentindo.
Quando ele ia levando o animal, encontrou um açougueiro que lhe propôs
trocar a vaca por uns grãos mágicos de feijão que ele levava no chapéu.
João, julgando ser isso uma grande oferta, aceitou a proposta e voltou
para casa. Quando sua mãe viu os feijões por que ele havia trocado a
vaca, perdeu a paciência. Apanhou os grãos de feijão, atirou-os para
fora da janela, e pôs-se a chorar. João tentou consolá-la, mas não o
conseguiu. Como não tinham nada para comer, foram deitar-se com fome.
No dia seguinte, João acordou cedo e viu que alguma coisa estava fazendo
sombra na janela de seu quarto. Levantou-se, desceu as escadas e foi ao
jardim. Aí verificou que os grãos que sua mãe havia atirado pela
janela, tinham germinado e o pé de feijão crescera surpreendentemente.
As hastes eram grossas e tinham-se entrelaçado como uma trança. Estavam
tão altas, que davam a impressão de alcançarem as nuvens. João, que
gostava de aventuras, resolveu trepar na árvore que se formara, até
atingir o alto. Depois de levar algumas horas subindo, chegou a um país
estranho. Ali encontrou uma bonita moça, elegantemente vestida, e com um
sorriso encantador lhe perguntou como havia chegado até lá e ele lhe
contou que subira pelo pé de feijão.
- Você se lembra de seu pai? Perguntou-lhe a moça.
- Não, senhora. Mamãe sempre chora quando falo nele e não me diz nada,
respondeu o menino.
- Sou a fada protetora de seu pai, disse-lhe a moça. As fadas estão
sujeitas a leis, como os homens, e quando cometem um erro, perdem o seu
poder por alguns anos. Eu estava incapaz de ajudar seu pai quando ele
mais precisou de mim e por isso ele morreu.
A fada parecia tão triste que João se sentiu comovido e pediu-lhe que
continuasse a falar.
- Seu pai era um homem muito bondoso, continuou a fada. Tinha uma boa
esposa, empregados fiéis e muito dinheiro. Teve, porém, uma
infelicidade: um amigo falso, um gigante que ele havia ajudado muito e
que, em retribuição, o matou e roubou tudo o que ele tinha. Também fez
sua mãe prometer que nunca lhe contaria nada, sob pena de matá-los
também. Eu não pude ajudá-la. Meu poder só reapareceu no dia em que você
foi vender sua vaca. Fui eu que fiz você trocar a vaca pelos feijões.
Fui eu que fiz o pé de feijão crescer tão depressa e lhe inspirou o
desejo de subir por ele. O malvado gigante vive aqui e você deve livrar o
mundo deste monstro, que não faz outra coisa senão maldade... Pode
apossar-se legalmente de sua casa e de suas riquezas, porque tudo
pertencia a seu pai e é seu, mas não deixe sua mãe saber que você está a
par desta história.
João perguntou-lhe o que devia fazer:
- Vá seguindo por esta estrada até encontrar uma casa grande, parecida
com um castelo. É aí que o gigante vive. Então, aja de acordo com seu
próprio modo de pensar. Seja bem sucedido... boa sorte!
A fada desapareceu e João caminhou até o sol se pôr. Com grande alegria,
avistou a casa do gigante. Uma mulher de aparência simples estava à
porta. Ele pediu-lhe um pedaço de pão e um lugar para dormir. Ela ficou
muito surpresa e disse que não era comum aparecer ali um ser humano. Era
sabido que seu marido, um gigante poderoso, não gostava de pessoas
rodando perto de sua casa e ficava muito bravo... João ficou muito
amedrontado, mas teve esperança de que o gigante não fosse tão ruim
assim. Insistiu para que a mulher o deixasse passar a noite lá,
escondendo-o do gigante. Finalmente, ela concordou. Entraram e ela o
levou a um quarto, onde lhe deu de comer e beber. De repente, ouviram
uma batida forte na porta, que fez a casa estremecer.
- É o gigante, disse a moça. Se ele o vir aqui, o matará e a mim também.
Que farei?
- Esconda-me no forno, pediu João. O forno estava apagado e João entrou
nele bem depressa. De lá ouvia o gigante gritar com a mulher e
repreendê-la. Depois, sentou-se à mesa. João espiou por uma fenda no
fogão e ficou horrorizado ao ver a quantidade de comida que ele ingeria.
Tinha-se a impressão de que não ia acabar mais de comer e beber. Quando
terminou, virou-se para trás e gritou para a sua mulher, com uma voz de
trovão:
- Traga a minha galinha!
Ela obedeceu e colocou sobre a mesa uma bonita galinha.
- Ponha um ovo! ordenou ele.
Imediatamente, a galinha pôs um ovo de ouro.
- Ponha outro! continuou ele.
Cada vez que assim ordenava, ela punha um ovo maior do que o outro.
Durante muito tempo, assim se divertiu com a galinha. Depois mandou a
mulher para a cama e sentou-se perto da lareira, onde adormeceu,
roncando alto como um canhão. Assim que ele pegou no sono, João saiu do
forno, agarrou a galinha e fugiu com ela. Correu pela estrada até
encontrar o pé de feijão, pelo qual desceu rapidamente. Sua mãe ficou
cheia de alegria ao vê-lo. Ela pensara que lhe tivesse acontecido alguma
coisa.
- Nada disso, Mamãe! E lhe contou toda a aventura, sem todavia falar no
nome do pai. Mostrou-lhe a galinha, à qual ordenou várias vezes: "-Ponha
um ovo!" e ela pôs quantos ovos ele desejou. Vendidos esses ovos, João e
sua mãe ficaram com tanto dinheiro, que viveram felizes por muitos
meses.
Um dia, ele resolveu fazer nova visista ao gigante, a fim de trazer mais
riquezas. Arranjou uma roupa que o disfarçava e pintou o rosto com uma
tinta escura. Levantou-se muito cedo, antes que a mãe acordasse e subiu
pelo pé de feijão. Caminhou o dia todo e chegou à casa do gigante ao
escurecer. Encontrou a mesma mulher à porta e pediu-lhe que lhe desse de
comer e um lugar para dormir. Ela lhe contou que o marido era um
gigante poderoso e cruel, e que um dia, ela dera abrigo a um menino
pobre e faminto que, ingrato, roubara um dos tesouros do gigante. O
marido culpara-a por isso e, desde então, começara a maltratá-la. João
teve muita pena dela, mas insistiu para que o recebesse. Afinal, ela
acabou consentindo. Levou-o à cozinha e, quando ele acabou de comer,
escondeu-o num armário velho. O gigante chegou à hora de costume. Pisava
tão forte que a casa estremecia sob seus passos. Sentou-se junto à
lareira e gritou:
- Mulher, sinto cheiro de carne fresca. A esposa respondeu-lhe que os
corvos tinham deixado um pedaço de carne crua no telhado. Enquanto ela
preparava a ceia, ele esteve de mau humor, frequentemente culpando a
esposa pela perda da galinha. Afinal, quando terminou a refeição,
gritou:
- Dê-me alguma coisa para distrair-me. Traga minhas sacas de dinheiro. A
esposa trouxe-as, com dificuldade, porque estavam muito pesadas. Eram
duas, cheias de moedas de ouro. Ela despejou-as na mesa e o gigante
começou a contá-las com alegria.
- Agora você pode ir para a cama, sua velha tonta, disse ele, e a mulher
se retirou.
De seu esconderijo, João via-o contando as moedas. Ele sabia que elas
tinham pertencido a seu pai e desejou possuí-las. O gigante, sem saber
que estava sendo observado, colocou as moedas novamente nas duas sacas.
Amarrou-as bem e colocou-as ao lado da sua cadeira. Seu cachorro estava
ali de guarda. Daí a pouco, o gigante adormeceu e começou a roncar tão
alto que parecia o barulho do mar em dia de tempestade.
Então, João saiu do esconderijo, mas, exatamente quando ia segurando as
sacas de dinheiro, o cachorro pôs-se a latir furiosamente. João parou,
esperando que seu inimigo acordasse e, então... estaria tudo perdido!!!
Mas felizmente, isso não aconteceu: o gigante continuou a dormir
profundamente. Neste instante, João viu um pedaço de carne e atirou-o ao
cão, que parou de latir na hora. O menino aproveitou a ocasião para
carregar as sacolas de moedas, colocando-as uma em cada ombro. Eram tão
pesadas, que ele levou dois dias para descer pelo pé de feijão. Quando
chegou a casa, deu à mãe todo o dinheiro, com o qual ela reformou a
vivenda e mobiliou-a de novo. Eles estavam felizes como não eram havia
muito tempo.
Durante três anos, João procurou não visitar mais o gigante. Um dia,
porém, começou a preparar-se para nova viagem. Arranjou um disfarce
diferente e melhor do que o usado da última vez. Era verão e em uma
manhã bem cedo, sem dizer nada à mãe, subiu pelo pé de feijão, chegando à
casa do gigante ao anoitecer. Como de costume, encontrou a mulher em
pé, na porta. João estava tão bem disfarçado que ela não o reconheceu.
Mas, quando se disse muito pobre e faminhto, encontrou grande
dificuldade em ser admitido. Depois de muito insistir, conseguiu que ela
o escondesse num caldeirão grande de cobre. Quando o gigante chegou,
disse furioso:
- Sinto cheiro de carne fresca!!! Apesar de todas as desculpas que a
esposa lhe dava, pôs-se a revistar tudo. João estava horrorizado,
desejando mil vezes ver-se em casa, são e salvo. Quando o gigante chegou
ao caldeirão e pôs a mão na tampa, João considerou-se morto. Mal ele
começara a levantar a tampa, mudou de idéia, deixando-a cair. Foi
sentar-se perto da lareira, para devorar a grande ceia. Quando acabou,
deu ordens à mulher para trazer-lhe a harpa. João espiou pela tampa do
caldeirão e viu a harpa mais original que podia imaginar. o gigante
colocou-a sobre a mesa e disse:
- Toque!!! Imediatamente ela começou a tocar uma linda música e João
desejou apoderar-se dela, mais do que qualquer outro tesouro do seu
inimigo. O gigante não era apreciador de música. A harpa embalou-o,
fazendo-o dormir mais cedo do que de costume. Assim que João verificou
que estava tudo bem, saiu do caldeirão, pegou a harpa e saiu correndo.
Entretanto, a harpa era encantada e, assim que se viu em mãos estranhas,
pôs-se a gritar alto:
- Patrão!!! Patrão!!!
O gigante acordou, levantou-se e viu João correndo.
- Oh!!! Você, vilão!!! Foi você quem roubou minha galinha, meu dinheiro e
agora vai levando minha harpa!!! Espere aí que eu vou pegá-lo e fazer
picadinho de você!!! - ameaçou ele em seu vozeirão de trovão.
- Muito bem, experimente!!! desafiou João. Ele sabia que o gigante havia
comido tanto que mal podia ficar de pé, imagine correr atrás dele. Por
outro lado, ele era jovem, tinha pernas ágeis e a consciência tranquila,
o que muito ajuda o homem a caminhar com facilidade. Assim, num
instante, chegou ao pé de feijão e foi descendo o mais depressa que
pode. A harpa ia tocando uma suave canção.
Chegando em casa, encontrou sua mãe chorando, muito preocupada. Ele a
consolou e pediu-lhe que fosse buscar, depressa, uma machadinha. O
gigante já vinha descendo e não havia tempo a perder. As más ações do
monstro tinham, porém, chegado ao fim. João cortou o pé de feijão bem na
raiz. O gigante caiu de cabeça no jardim e morreu imediatamente. Nesse
momento, apareceu a fada que explicou tudo à mãe de João e eles puderam
assim continuar a cuidar da vida e da fazenda, nunca mais faltando
dinheiro para comer, e João sentiu-se também muito feliz pois pode
finalmente vingar a morte de seu pai.
Fonte: http://historiasinfantil.blogspot.com.br/2009/04/joao-e-o-pe-de-feijao.html
Fonte: http://historiasinfantil.blogspot.com.br/2009/04/joao-e-o-pe-de-feijao.html
Joao e o Pe de Feijao
João e o pé de feijão
"No tempo do Rei Alfredo, muito longe de Londres, vivia uma pobre viúva.
Ela tinha um único filho, que era muito rebelde e extravagante. Aos
poucos, ele gastou todo o dinheiro que ela possuia. Um dia, pela
primeira vez na vida, censurou-o:
- Filho malvado!!! Não tenho mais dinheiro nem sequer para comprar um
pedaço de pão. Só o que me resta é a minha pobre e velha vaca.
João tanto amolou a mãe para vender a vaca, que ela acabou consentindo.
Quando ele ia levando o animal, encontrou um açougueiro que lhe propôs
trocar a vaca por uns grãos mágicos de feijão que ele levava no chapéu.
João, julgando ser isso uma grande oferta, aceitou a proposta e voltou
para casa. Quando sua mãe viu os feijões por que ele havia trocado a
vaca, perdeu a paciência. Apanhou os grãos de feijão, atirou-os para
fora da janela, e pôs-se a chorar. João tentou consolá-la, mas não o
conseguiu. Como não tinham nada para comer, foram deitar-se com fome.
No dia seguinte, João acordou cedo e viu que alguma coisa estava fazendo
sombra na janela de seu quarto. Levantou-se, desceu as escadas e foi ao
jardim. Aí verificou que os grãos que sua mãe havia atirado pela
janela, tinham germinado e o pé de feijão crescera surpreendentemente.
As hastes eram grossas e tinham-se entrelaçado como uma trança. Estavam
tão altas, que davam a impressão de alcançarem as nuvens. João, que
gostava de aventuras, resolveu trepar na árvore que se formara, até
atingir o alto. Depois de levar algumas horas subindo, chegou a um país
estranho. Ali encontrou uma bonita moça, elegantemente vestida, e com um
sorriso encantador lhe perguntou como havia chegado até lá e ele lhe
contou que subira pelo pé de feijão.
- Você se lembra de seu pai? Perguntou-lhe a moça.
- Não, senhora. Mamãe sempre chora quando falo nele e não me diz nada,
respondeu o menino.
- Sou a fada protetora de seu pai, disse-lhe a moça. As fadas estão
sujeitas a leis, como os homens, e quando cometem um erro, perdem o seu
poder por alguns anos. Eu estava incapaz de ajudar seu pai quando ele
mais precisou de mim e por isso ele morreu.
A fada parecia tão triste que João se sentiu comovido e pediu-lhe que
continuasse a falar.
- Seu pai era um homem muito bondoso, continuou a fada. Tinha uma boa
esposa, empregados fiéis e muito dinheiro. Teve, porém, uma
infelicidade: um amigo falso, um gigante que ele havia ajudado muito e
que, em retribuição, o matou e roubou tudo o que ele tinha. Também fez
sua mãe prometer que nunca lhe contaria nada, sob pena de matá-los
também. Eu não pude ajudá-la. Meu poder só reapareceu no dia em que você
foi vender sua vaca. Fui eu que fiz você trocar a vaca pelos feijões.
Fui eu que fiz o pé de feijão crescer tão depressa e lhe inspirou o
desejo de subir por ele. O malvado gigante vive aqui e você deve livrar o
mundo deste monstro, que não faz outra coisa senão maldade... Pode
apossar-se legalmente de sua casa e de suas riquezas, porque tudo
pertencia a seu pai e é seu, mas não deixe sua mãe saber que você está a
par desta história.
João perguntou-lhe o que devia fazer:
- Vá seguindo por esta estrada até encontrar uma casa grande, parecida
com um castelo. É aí que o gigante vive. Então, aja de acordo com seu
próprio modo de pensar. Seja bem sucedido... boa sorte!
A fada desapareceu e João caminhou até o sol se pôr. Com grande alegria,
avistou a casa do gigante. Uma mulher de aparência simples estava à
porta. Ele pediu-lhe um pedaço de pão e um lugar para dormir. Ela ficou
muito surpresa e disse que não era comum aparecer ali um ser humano. Era
sabido que seu marido, um gigante poderoso, não gostava de pessoas
rodando perto de sua casa e ficava muito bravo... João ficou muito
amedrontado, mas teve esperança de que o gigante não fosse tão ruim
assim. Insistiu para que a mulher o deixasse passar a noite lá,
escondendo-o do gigante. Finalmente, ela concordou. Entraram e ela o
levou a um quarto, onde lhe deu de comer e beber. De repente, ouviram
uma batida forte na porta, que fez a casa estremecer.
- É o gigante, disse a moça. Se ele o vir aqui, o matará e a mim também.
Que farei?
- Esconda-me no forno, pediu João. O forno estava apagado e João entrou
nele bem depressa. De lá ouvia o gigante gritar com a mulher e
repreendê-la. Depois, sentou-se à mesa. João espiou por uma fenda no
fogão e ficou horrorizado ao ver a quantidade de comida que ele ingeria.
Tinha-se a impressão de que não ia acabar mais de comer e beber. Quando
terminou, virou-se para trás e gritou para a sua mulher, com uma voz de
trovão:
- Traga a minha galinha!
Ela obedeceu e colocou sobre a mesa uma bonita galinha.
- Ponha um ovo! ordenou ele.
Imediatamente, a galinha pôs um ovo de ouro.
- Ponha outro! continuou ele.
Cada vez que assim ordenava, ela punha um ovo maior do que o outro.
Durante muito tempo, assim se divertiu com a galinha. Depois mandou a
mulher para a cama e sentou-se perto da lareira, onde adormeceu,
roncando alto como um canhão. Assim que ele pegou no sono, João saiu do
forno, agarrou a galinha e fugiu com ela. Correu pela estrada até
encontrar o pé de feijão, pelo qual desceu rapidamente. Sua mãe ficou
cheia de alegria ao vê-lo. Ela pensara que lhe tivesse acontecido alguma
coisa.
- Nada disso, Mamãe! E lhe contou toda a aventura, sem todavia falar no
nome do pai. Mostrou-lhe a galinha, à qual ordenou várias vezes: "-Ponha
um ovo!" e ela pôs quantos ovos ele desejou. Vendidos esses ovos, João e
sua mãe ficaram com tanto dinheiro, que viveram felizes por muitos
meses.
Um dia, ele resolveu fazer nova visista ao gigante, a fim de trazer mais
riquezas. Arranjou uma roupa que o disfarçava e pintou o rosto com uma
tinta escura. Levantou-se muito cedo, antes que a mãe acordasse e subiu
pelo pé de feijão. Caminhou o dia todo e chegou à casa do gigante ao
escurecer. Encontrou a mesma mulher à porta e pediu-lhe que lhe desse de
comer e um lugar para dormir. Ela lhe contou que o marido era um
gigante poderoso e cruel, e que um dia, ela dera abrigo a um menino
pobre e faminto que, ingrato, roubara um dos tesouros do gigante. O
marido culpara-a por isso e, desde então, começara a maltratá-la. João
teve muita pena dela, mas insistiu para que o recebesse. Afinal, ela
acabou consentindo. Levou-o à cozinha e, quando ele acabou de comer,
escondeu-o num armário velho. O gigante chegou à hora de costume. Pisava
tão forte que a casa estremecia sob seus passos. Sentou-se junto à
lareira e gritou:
- Mulher, sinto cheiro de carne fresca. A esposa respondeu-lhe que os
corvos tinham deixado um pedaço de carne crua no telhado. Enquanto ela
preparava a ceia, ele esteve de mau humor, frequentemente culpando a
esposa pela perda da galinha. Afinal, quando terminou a refeição,
gritou:
- Dê-me alguma coisa para distrair-me. Traga minhas sacas de dinheiro. A
esposa trouxe-as, com dificuldade, porque estavam muito pesadas. Eram
duas, cheias de moedas de ouro. Ela despejou-as na mesa e o gigante
começou a contá-las com alegria.
- Agora você pode ir para a cama, sua velha tonta, disse ele, e a mulher
se retirou.
De seu esconderijo, João via-o contando as moedas. Ele sabia que elas
tinham pertencido a seu pai e desejou possuí-las. O gigante, sem saber
que estava sendo observado, colocou as moedas novamente nas duas sacas.
Amarrou-as bem e colocou-as ao lado da sua cadeira. Seu cachorro estava
ali de guarda. Daí a pouco, o gigante adormeceu e começou a roncar tão
alto que parecia o barulho do mar em dia de tempestade.
Então, João saiu do esconderijo, mas, exatamente quando ia segurando as
sacas de dinheiro, o cachorro pôs-se a latir furiosamente. João parou,
esperando que seu inimigo acordasse e, então... estaria tudo perdido!!!
Mas felizmente, isso não aconteceu: o gigante continuou a dormir
profundamente. Neste instante, João viu um pedaço de carne e atirou-o ao
cão, que parou de latir na hora. O menino aproveitou a ocasião para
carregar as sacolas de moedas, colocando-as uma em cada ombro. Eram tão
pesadas, que ele levou dois dias para descer pelo pé de feijão. Quando
chegou a casa, deu à mãe todo o dinheiro, com o qual ela reformou a
vivenda e mobiliou-a de novo. Eles estavam felizes como não eram havia
muito tempo.
Durante três anos, João procurou não visitar mais o gigante. Um dia,
porém, começou a preparar-se para nova viagem. Arranjou um disfarce
diferente e melhor do que o usado da última vez. Era verão e em uma
manhã bem cedo, sem dizer nada à mãe, subiu pelo pé de feijão, chegando à
casa do gigante ao anoitecer. Como de costume, encontrou a mulher em
pé, na porta. João estava tão bem disfarçado que ela não o reconheceu.
Mas, quando se disse muito pobre e faminhto, encontrou grande
dificuldade em ser admitido. Depois de muito insistir, conseguiu que ela
o escondesse num caldeirão grande de cobre. Quando o gigante chegou,
disse furioso:
- Sinto cheiro de carne fresca!!! Apesar de todas as desculpas que a
esposa lhe dava, pôs-se a revistar tudo. João estava horrorizado,
desejando mil vezes ver-se em casa, são e salvo. Quando o gigante chegou
ao caldeirão e pôs a mão na tampa, João considerou-se morto. Mal ele
começara a levantar a tampa, mudou de idéia, deixando-a cair. Foi
sentar-se perto da lareira, para devorar a grande ceia. Quando acabou,
deu ordens à mulher para trazer-lhe a harpa. João espiou pela tampa do
caldeirão e viu a harpa mais original que podia imaginar. o gigante
colocou-a sobre a mesa e disse:
- Toque!!! Imediatamente ela começou a tocar uma linda música e João
desejou apoderar-se dela, mais do que qualquer outro tesouro do seu
inimigo. O gigante não era apreciador de música. A harpa embalou-o,
fazendo-o dormir mais cedo do que de costume. Assim que João verificou
que estava tudo bem, saiu do caldeirão, pegou a harpa e saiu correndo.
Entretanto, a harpa era encantada e, assim que se viu em mãos estranhas,
pôs-se a gritar alto:
- Patrão!!! Patrão!!!
O gigante acordou, levantou-se e viu João correndo.
- Oh!!! Você, vilão!!! Foi você quem roubou minha galinha, meu dinheiro e
agora vai levando minha harpa!!! Espere aí que eu vou pegá-lo e fazer
picadinho de você!!! - ameaçou ele em seu vozeirão de trovão.
- Muito bem, experimente!!! desafiou João. Ele sabia que o gigante havia
comido tanto que mal podia ficar de pé, imagine correr atrás dele. Por
outro lado, ele era jovem, tinha pernas ágeis e a consciência tranquila,
o que muito ajuda o homem a caminhar com facilidade. Assim, num
instante, chegou ao pé de feijão e foi descendo o mais depressa que
pode. A harpa ia tocando uma suave canção.
Chegando em casa, encontrou sua mãe chorando, muito preocupada. Ele a
consolou e pediu-lhe que fosse buscar, depressa, uma machadinha. O
gigante já vinha descendo e não havia tempo a perder. As más ações do
monstro tinham, porém, chegado ao fim. João cortou o pé de feijão bem na
raiz. O gigante caiu de cabeça no jardim e morreu imediatamente. Nesse
momento, apareceu a fada que explicou tudo à mãe de João e eles puderam
assim continuar a cuidar da vida e da fazenda, nunca mais faltando
dinheiro para comer, e João sentiu-se também muito feliz pois pode
finalmente vingar a morte de seu pai.
Fonte: http://historiasinfantil.blogspot.com.br/2009/04/joao-e-o-pe-de-feijao.html
Fonte: http://historiasinfantil.blogspot.com.br/2009/04/joao-e-o-pe-de-feijao.html
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