31 de mai. de 2012

AEE - Aos pais de crianças portadoras de Deficiência Mental e Transtornos Abrangentes do Desenvolvimento


A Ajuda Começa Aqui
Aos pais de crianças portadoras de Deficiência Mental
e Transtornos Abrangentes do Desenvolvimento
Uma iniciativa: 2
Índice
Introdução
Como este guia pode ajudá-lo .............................................................................................................  3
O Portador de Necessidades Especiais ...............................................................................................  4
Desenvolvimento Infantil
1º a 6º mês .........................................................................................................................................  4
6º a 18º mês .......................................................................................................................................  5
18º a 24º mês .....................................................................................................................................  6
Distúrbios do Desenvolvimento Infantil ...............................................................................................  6
Como ajudar seu filho .........................................................................................................................  6
Onde esclarecer dúvidas, a quem procurar?
Atendimentos médicos ........................................................................................................................  7
Atendimentos clínicos .......................................................................................................................... 8
Atendimento escolar ...........................................................................................................................  8
Oficinas Pedagógicas ou Oficinas de Trabalho Protegido ...................................................................  9
Atendimentos Complementares ..........................................................................................................  9
Algumas Possibilidades de Atendimento
Hospitais / Universidades .................................................................................................................... 11
Outras Instituições (Particulares / Associações) .................................................................................  12
Residências e Comunidades ............................................................................................................... 15
Oficinas de Trabalho ........................................................................................................................... 16
Colônias de Férias .............................................................................................................................. 16
Literatura indicada .............................................................................................................................. 17
Sites sobre assuntos relacionados ...................................................................................................... 18
Filmes sobre deficiência ..................................................................................................................... 18
Glossário ...........................................................................................................................................  19 3
INTRODUÇÃO
COMO ESTE GUIA PODE AJUDÁ-LO
Fizemos este Guia com o objetivo de fornecer uma orientação inicial básica para os Pais que, tendo um
filho portador de necessidades especiais, muitas vezes, ficam sem saber qual deverá ser o
encaminhamento para o tratamento mais adequado.
É muito difícil para nós escrever sobre sentimentos e necessidades, e não temos aqui, a pretensão de
abranger toda a complexidade do assunto, mas sim auxiliá-lo nos primeiros passos para compreender  um
pouco mais as necessidades de seu filho. A presença de uma pessoa portadora de deficiência na família
exigirá uma redefinição de papéis, mudanças de atitudes, valores e novos estilos de vida, ou seja, a família
terá que lidar não somente com as pressões internas, mas também com aquelas exercidas pelas forças
sociais externas.
A família passa por várias fases neste processo de compreensão / adaptação / aceitação do filho deficiente,
e a partir do momento em que começa a perceber as necessidades da criança, inicia uma busca por
informação, esclarecimentos e orientações. Após  o choque inicual, a família deve procurar observar de
forma realista o estado de evolução de seu filho  e buscar mecanismos que o ajudem a desenvolver ao
máximo sua capacidade.
Você poderá encontrar aqui algumas respostas às suas ansiedades e também obter uma orientação inicial
de como procurar um profissional ou a instituição mais adequados.
Lembre-se, a menos que você diga, ninguém saberá que você e sua criança precisam de ajuda.
Crianças com deficiência reagem a menos estímulos do ambiente, e suas respostas a estes estímulos são
demoradas, necessitando de trabalho contínuo para que possam tirar proveito das experiências. Assim,
desde o início, a criança e sua família ficam em contato com diversos profissionais ligados à área de saúde
e educação, que, cada qual na sua especialidade,  pode oferecer orientações quanto aos cuidados
necessários, além de estímulos adequados, como higienização, alimentação, comunicação e acima de
tudo, facilitar o dia-a-dia da família. A educação e o suporte familiar são os fatores mais importantes no
desenvolvimento da criança deficiente.
Talvez você necessite de mais informações além  das contidas aqui neste  pequeno livreto. Se precisar,
escreva para a Indianópolis Comvida. . Faremos o possível para atendê-lo.
Comvida  Associação Assistencial
Av. Antonio de Macedo Soares, 414   Cep 04607-000  Campo Belo SP
(0xx11) 5543.6333
Site: www.comvida.org.br        e-mail: comvida@comvida.org.br
A Comvida  tem como objetivo dar apoio e atendimento às crianças e adolescentes com necessidades
especiais, mais particularmente à  criança  excepcional. Visa  também  orientar pessoas que necessitam
informações sobre atendimento especializado nas áreas de saúde e psicopedagogia. 4
O PORTADOR DE NECESSIDADES ESPECIAIS
A deficiência compreende uma anomalia do corpo humano, podendo ser longa ou permanente, que de
alguma forma dificulta ou impede o indivíduo na realização de determinadas ações. Assim, pode causar
certa incapacidade no rendimento de suas atividades. Esta incapacidade gera limitações como diminuição
de autonomia, mobilidade, atividades de lazer, integração social, independência e conduta.
Os tipos de deficiência são: Física, Mental, Auditiva, Visual e  Múltipla. O termo “Portador de Necessidades
Especiais” abrange todos os tipos de deficiência, uma vez que todos os deficientes, sejam eles mentais ou
físicos, possuem necessidades diferentes. Neste guia abordaremos apenas os assuntos relacionados à
Deficiência Mental e Transtorno Abrangente do Desenvolvimento.  
DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Existem características comuns ao desenvolvimento  de todas as crianças consideradas normais. Assim
sendo, podem ser estabelecidos certos  padrões esperados para cada idade.
É importante lembrar que as crianças herdam características de seus pais, mas são também influenciadas
pelas experiências proporcionadas pelo ambiente em que  vivem. Seu desenvolvimento, portanto, está
condicionado por diversos fatores.
A seqüência apresentada a seguir aborda alguns aspectos do desenvolvimento normal e possibilita  a
identificação da fase em que seu filho se encontra.
Fases do Desenvolvimento Infantil
1º mês  2º a 3º mês
Não sustenta a cabeça;
Mãos fechadas;
Membros inferiores em flexão;
Movimentos reflexos;
Reflexos de sucção;
Sorriso reflexo de satisfação interna.
 Pode manter a cabeça reta;
Apresenta movimentos oculares;
Ergue a cabeça a 45 graus;
A mão pode ser aberta passivamente;
Acompanha com os olhos objetos próximos;
Segura objeto colocado na mão;
Volta a cabeça para sons suaves.
   
3º mês  3º a 4º mês
Sustenta melhor a cabeça;
Ergue a cabeça a 90 graus, estando de bruços;
Apoia-se sobre o ante braço, cotovelos e dedos
flexionados;
Mãos abertas - busca com as mãos;
Vê, brinca, suga dedos e mãos.
 Controla a cabeça;
Pega objetos com a mão inteira quando oferecidos
(preensão palmar);
Tenta alcançar objetos e freqüentemente erra o alvo;
Ri alto.
   
4º a 5º mês  5º a 6º mês
Mantido na vertical sustenta parte do peso e dá
pulinhos no colo;
Solta objetos que estão nas mãos;
Manipula com as duas mãos ao mesmo tempo;
Olha ao redor;
Leva tudo à boca;
Solta um objeto quando é oferecido outro.
 Ergue a cabeça e os ombros;
Apoia-se com os braços e com as mãos estendidas;
Estando de barriga para baixo vira-se para cima;
Mantido na vertical salta na ponta dos dedos;
Transfere os objetos de uma mão para outra;
Segura os pés;
Olha objetos e busca alcançá-los.
     5
6º a 7º mês  7º a 8º mês
Estando de barriga para cima vira para baixo;
Alcança e agarra tudo;
Bate objetos;
Olhos acompanham rapidamente mudando o
foco;
Percebe texturas diferentes com a ponta dos
dedos;
Sorri para a própria imagem no espelho.
 Protege-se quando sente que vai cair;
Senta por algum tempo com costas retas e apoio das
mãos;
Segura dois objetos;
Atira tudo para o chão;
Procura objetos que caem;
Mantido na vertical fica em pé e realiza movimentos
de marcha.
   
8º a 9º mês  9º a 10º mês
Rasteja sobre o abdomen;
Senta por longo tempo;
Inclina-se para frente e para o lado;
Inicia preensão com os dedos;
Brinca de dar e pegar;
Olha cuidadosamente para as coisas antes de
tentar alcançá-las;
Compreende uma palavra isolada;
Estende os braços para ser carregado;
Encontra algo escondido debaixo de um pano
(noção de permanência do objeto).
 Senta sozinho;
Fica de pé com apoio;
Move objetos para frente e para trás horizontalmente;
Imita sons;
Reconhece objetos.
   
10º a 11º mês  11º a 12º mês
Engatinha sobre mãos e joelhos;
Segura contas com os dedos;
Levanta-se segurando na mobília.
 Começa a dar os primeiros passos;
Dá alguns passos sendo seguro pelas mãos;
Obedece a algumas ordens como: “não”, “vem”,etc.
Aponta.
   
12º a 15º mês  15º a 18º mês
Fica de pé;
Inicia a comer com a colher;
Não leva mais tudo à boca;
Pronuncia uma palavra corretamente;
Compreende que as coisas e as pessoas têm
nome;
Estende as pernas quando está sendo vestido.
 Sobe escadas;
Caminha com pés separados;
Localiza rapidamente os sons;
Compreende algumas frases simples. 6
18º a 24º mês    
Desce escadas engatinhando para trás;
Sobe escadas de pé, sozinho, segurando no corrimão;
”Corre” desajeitadamente;
Caminha lateralmente;
Chuta bola;
”Salta” desajeitadamente quando segura por ambas as mãos;
Come com a colher;
Arremessa, mas sem direção definida;
Ajuda a despir-se;
Leva a mão ao lugar dolorido;
Balbucia imitando o tom e o ritmo da mãe;
Repete sons;
Fala frases de duas palavras;
Compreende frases curtas;
Localiza sons em outra sala;
Aponta para algumas partes do corpo.
   
Distúrbios do Desenvolvimento Infantil
Nem sempre o desenvolvimento de uma criança ocorre de maneira considerada normal. Através da
comparação com o desenvolvimento da maioria das crianças podemos observar alguns fatos ou
comportamentos que se desviam dos padrões de  normalidade. Quando um atraso no desenvolvimento
físico, mental, emocional ou na aquisição da fala  for observado é conveniente consultar o pediatra, que
poderá confirmar ou não a suspeita de um problema.
Podem ocorrer atrasos globais ou específicos. Uma criança pode apresentar desenvolvimento físico normal
e não falar, ou falar bem e não aprender. Mesmo possuindo inteligência normal, pode ter dificuldades
específicas, que estejam impedindo a aprendizagem.  Todos os atrasos merecem atenção, pois a criança
pode precisar de ajuda para superá-los.
Quanto mais cedo a deficiência mental ou algum tipo de transtorno do desenvovimento for diagnosticado,
maior será a possibilidade de se evitar o sofrimento emocional causado por exigências inadequadas às
quais a criança não poderia corresponder.
Através dos recursos proporcionados por uma educação adequada, uma criança pode aprender tudo o que
seu potencial permitir e desenvolver habilidades básicas indispensáveis para que seu desempenho se
aproxime da normalidade. Problemas de comportamento, agitação excessiva ou agressividade podem ter
causas que permitam serem tratadas. Mesmo que sua origem seja apenas conseqüência de fatores
ambientais, uma orientação psicológica ou educacional poderá ajudar a resolver o problema. E, quando já
no momento do nascimento, alguma anormalidade for constatada, a ajuda deve ser imediata, pois quanto
mais cedo o problema for enfrentado, maiores serão as chances de progresso.
É sempre bom lembrar que, embora uma situação seja nova para nós, muitas outras pessoas já viveram
situações semelhantes ou já dedicaram muitos anos de sua vida a estudar estas questões, sendo, portanto,
úteis para esclarecer dúvidas e apontar caminhos. Você pode recorrer a elas.  7
COMO AJUDAR SEU FILHO
Se você percebeu que seu filho não está se desenvolvendo como as outras crianças, notou que há algo de
diferente nele...
⇒ Investigue, pois existem muitas alternativas que podem estar ocorrendo. A primeira delas é que você
pode estar enganada. Não sofra antes da hora.
⇒ O próximo passo a ser dado é marcar uma consulta no pediatra de sua confiança, pois ele poderá
orientá-lo quanto à necessidade de buscar outros especialistas.
⇒ O neurologista orientará quanto ao tratamento clínico mais adequado para o seu filho.
⇒ Quanto mais cedo iniciar o atendimento, maiores serão as chances de conseguir bons resultados.
⇒ A melhor maneira de superar este choque, é enfrentá-lo.
⇒ Pergunte ao médico e aos terapêutas o que você deverá fazer para ajudar seu filho a cada dia.
⇒ Ele precisa brincar com você e você pode dar oportunidade para que ele se torne cada vez mais
independente.
⇒ Família e amigos, assistentes sociais, médicos e terapêutas podem dividir suas preocupações com
você.
⇒ Crianças com necessidades especiais precisam de suporte constante e encorajamento de toda a
família, mãe, pai, irmãos, irmãs.
⇒ Lembre-se que seu filho fará progressos e você encontrará  a felicidade de uma maneira inesperada.
⇒ As necessidades de seu filho irão mudar quando ele crescer. Certifique-se que vocês estão
completamente informados sobre como estimular seu desenvolvimento e sua independência.
⇒ Se você tiver dúvidas, não hesite, pergunte !
ONDE ESCLARECER DÚVIDAS, A QUEM PROCURAR?
Para que seu filho tenha o melhor desenvolvimento possível, você deve recorrer a serviços profissionais.
Nas próximas páginas você vai encontrar uma breve descrição dos serviços que podem auxiliá-lo.
Atendimentos médicos:
Pediatra: É aquele que atende e acompanha a criança desde o nascimento. Faz diagnóstico e tratamento
de doenças de uma maneira geral. É muito importante a presença de um pediatra na hora do nascimento e
no acompanhamento do desenvolvimento da criança.
Neurologista: Tem como especialidade a avaliação e o tratamento de hiperatividade, disfunções cerebrais,
problemas de atenção, convulsões e problemas motores, entre outros.  No caso de ser observada alguma
lentidão ou anormalidade no desenvolvimento da criança, uma consulta ao neurologista é aconselhável.
Fisiatra: Tem como especialidade o diagnóstico e tratamento através da medicina física, visando a
reabilitação.
Psiquiatra: Tem como especialidade o diagnóstico e tratamento dos distúrbios mentais.
Geneticista: Tem como especialidade o diagnóstico das causas e síndromes genéticas através de exames
genéticos específicos. Ele irá averiguar se você corre ou não o risco de ter outros filhos com problemas de
ordem hereditária.  8
Atendimentos Clínicos:
Psicologia: Tem como objetivo a avaliação dos aspectos emocionais e intelectuais. É o psicólogo que aplica
testes de inteligência e faz psicoterapia, quando necessário.  Em muitos casos os distúrbios de conduta
podem ser agravados quando se tem um maior nível  de consciência das próprias limitações. Esta
consciência pode levar a pessoa a um estado de desorganização geral ou, ainda, em casos extremos, a um
estado depressivo onde o indivíduo pode perder o interesse pelo ambiente.
Psicopedagogia: Tem como função o diagnóstico e terapia das dificuldades de aprendizagem.
Fonoaudiologia: Tem como função o diagnóstico e o tratamento das alterações e/ou defasagens do
desenvolvimento da fala.
Terapia Ocupacional: O Terapeuta Ocupacional atua na prevenção da incapacidade, através de estratégias
adequadas que visam proporcionar ao indivíduo o máximo de desempenho e autonomia em suas funções
pessoais, sociais e profissionais. Se necessário, estuda e desenvolve adaptações que contribuem para a
melhoria da qualidade de vida. Avaliação, tratamento, habilitação e reabilitação de indivíduos com disfunção
física, mental, atraso no desenvolvimento neuromotor e social.
Fisioterapia: Tem como objetivo a reabilitação física e o estímulo em caso de atraso no desenvolvimento
físico.
Atendimento Escolar:
Existem algumas possibilidades de atendimento escolar para portadores de necessidades especiais:
Escolas públicas/particulares de ensino regular com salas especiais, inclusão em salas normais e Escolas
Especiais. Há ainda as oficinas pedagógicas ou oficinas de trabalho protegido, locais para portadores de
deficiência mental já adultos ou menos comprometidos e que possuam habilidades.
A Escola de ensino regular com salas especiais ou inclusão em salas normais
A educação é uma tarefa de muita responsabilidade, não só pela abrangência de sua esfera de ação mas,
principalmente, porque seus resultados são passíveis de crítica e de culpabilidade. Pelo fato de cada ser
humano ser tão diferente e tão complexo, pelo fato de serem tão imprevisíveis as condições que o
envolvem, é extremamente difícil planejar, antecipadamente, sua educação. As variáveis envolvidas são
muitas, e as possibilidades de intercorrências imprevistas também.
A Prefeitura e Governo do Estado de São Paulo mantém escolas do ensino regular com salas destinadas a
portadores de necessidades especiais e, em muitos  casos, a inclusão é realizada nas salas normais,
quando o aluno tem a possibilidade de adaptar-se. Escolas particulares também oferecem esta
possibilidade. É preciso sempre analisar a situação sob todos os aspectos, desde a capacidade do aluno
em adaptar-se aos métodos de ensino, até a capacidade da escola em receber e cuidar da melhor forma
possível deste aluno, para que se chegue aos melhores resultados e maiores benefícios para a criança.
A escola Especial
Quando a criança tem um grau maior de deficiência, quando ela apresenta diferenças mais acentuadas dos
padrões de normalidade, a complexidade da tarefa de educar pode ficar ainda mais difícil, necessitando a
ajuda de especialistas. Depois de passar por diagnóstico e atendimento terapêutico, a família é
aconselhada a procurar uma Escola Especial.
Este é um passo muito difícil porque significa assumir uma condição diferente. Para os pais, traumatizados
pelo que sentem como rejeição da Escola comum, a Escola Especial é uma alternativa. Surgem muitas
dúvidas e muitas vezes os pais ficam inseguros por não saberem exatamente o que é uma escola especial.
A Escola Especial é a escola que toda criança deveria ter, que considera cada criança um caso especial,
portanto, estuda suas reais condições para  poder oferecer atendimento adequado às necessidades
específicas de seu desenvolvimento. Diferencia-se da escola comum por oferecer atendimento
especializado e individualizado. Embora em um ritmo mais lento, de acordo com a possibilidade da criança,
seu currículo abrange o mesmo conteúdo programático do ensino regular, porém, acrescido de alguns
programas especiais.  9
Citamos aqui os aspectos mais enfatizados no atendimento da escola especial, mesmo que nem todas
abranjam todos os itens citados.
1 A avaliação para entrada na Escola é mais detalhada, pois precisa levantar informações suficientes para
subsidiar o planejamento pedagógico e terapêutico individualizado para o aluno, assim como a escolha.
2  Existe maior preocupação com a estimulação do desenvolvimento da criança.
3 O atendimento é individualizado, embora a criança seja atendida em pequenos grupos.
4 Há maior preocupação com a melhoria da qualidade de vida da criança e de sua família.
5 É realizado trabalho intenso no sentido de estabelecer hábitos de vida diária e de atividades de
integração social.
6 A criança não tem que adaptar-se ao programa, e sim o programa é adaptado ao ritmo da criança.
7 Não existem provas mensais e sim acompanhamento através de registro de observações e de
avaliações do desempenho.
8 Existe a preocupação com a construção de um bom auto-conceito.  
9 Há maior integração com a família para proporcionar orientação e apoio de maneira informal.
10  Embora resultados terapêuticos possam acontecer, são preservadas as características de Escola.
A atenção dedicada à família da criança na Escola Especial é parte importante para que os pais tenham
mais condições de participar no desenvolvimento de seus filhos. Se seu filho já é adulto e suas
necessidades mudaram então está na hora de pensar num programa de profissionalização.
Oficinas Pedagógicas ou Oficinas de Trabalho Protegido
Geralmente nas escolas especializadas existem oficinas pedagógicas, locais em que são trabalhadas
habilidades motoras básicas e são descobertos interesses dos aprendizes. Nessas oficinas seu filho estará
em contato com diversos materiais diferentes, ferramentas e equipamento simples, que poderão
experimentar sem compromisso com a produção.
Existem, também, as oficinas protegidas de trabalho. São locais onde os portadores de necessidads
especiais realizam atividades de trabalho em um ambiente protegido. São destinadas a adultos e pessoas
com um baixo grau de comprometimento, que possam realizar trabalhos manuais, sob supervisão
constante.
Os objetivos principais deste tipo de oficina são:
 * Oferecer emprego provisório como preparação e treinamento para o emprego competitivo.
 * Oferecer emprego a longo prazo para aqueles que, devido à severidade de sua incapacidade,
provavelmente não serão capazes de obter emprego competitivo.
Atendimentos Complementares:
Brinquedoteca: A Brinquedoteca é um espaço criado para que as crianças possam brincar bastante. Brincar
é a atividade educacional mais completa, pois desenvolve os aspectos sociais, cognitivos, motores e
afetivos.  Para uma criança especial a Brinquedoteca proporciona oportunidade de aprender de maneira
lúdica, permitindo assim que desenvolva suas potencialidades, brincando.
Expressão Corporal: Nosso corpo é fonte riquíssima de aprendizagem. As crianças portadoras de
necessidades especiais apresentam às vezes dificuldades ligadas a área sensorial. O trabalho mais
específico de expressão corporal auxilia a criança a perceber-se como pessoa e a estabelecer relações,
sejam elas espaciais, temporais ou sociais.  10
Equoterapia: É uma forma alternativa de atendimento terapêutico na qual se utiliza o cavalo como
meio de reabilitação. É indicada para pacientes portadores de disfunções do movimento, que incluem
paralisia cerebral, esclerose múltipla, e outras afecções que afetam o controle postural e do equilíbrio.
Natação Especial: É realizada com portadores de necessidades especiais que precisam de atendimento
individualizado. A água é utilizada como meio terapêutico, uma vez que diminui o peso corporal, o que
facilita a realização de exercícios específicos. Por causa da temperatura aquecida, também atua como
relaxante. Participando da natação especial, os alunos têm condições de melhorar a aptidão física, a
coordenação motora, a capacidade respiratória e a tonicidade muscular.
Hidroterapia:  É uma terapia realizada dentro da água.  É indicado para crianças que apresentam
deficiências físicas e motoras.  Diferencia-se da natação especial, por não haver o comprometimento com o
ensino da natação, e sim com a melhoria de dificuldades específicas.
Musicoterapia: É a utilização da música para possibilitar o desenvolvimento de um processo terapêutico,
mobilizando aspectos bio-psico-sociais do indivíduo  com o objetivo de minimizar suas dificuldades.
Facilitando a integração no meio social, a musicoterapia utiliza instrumentos musicais, sons, músicas e o
próprio corpo do paciente e do terapêuta.  As crianças com dificudades de comunicação podem encontrar
na música uma nova forma de comunicação e expressão.
Informática – O objetivo geral  da aplicação da informática  é utilizar o ambiente computacional de
aprendizagem para pesquisar o papel que o computador desempenha na avaliação e educação das
pessoas com necessidades especiais, levando-se em conta os diferentes tipos de dificuldades que pessoas
apresentam (problemas sensoriais, motores, cognitivos, neurológicos, lingüísticos, etc.). É uma ferramenta
que auxilia o processo de aprendizagem, através dos  softwares educacionais e internet. Através de
projetos, focalizados em  atualidades  o aluno tem acesso a todos recursos  de pesquisa na web e usa as
ferramentas do computador com maior interesse e  aceita desafios com tranqüilidade, assim, obtém-se
maiores resultados no desenvolvimento global.
Acompanhante de Lazer: Não tem compromisso terapêutico. Acompanha a criança em atividades de lazer.
Acompanhante Terapêutico: O trabalho do acompanhante é de auxiliar a criança e adolescente portador de
necessidades especiais. É feito por profissionais  especializados. As atividades são realizadas nas
residências ou em passeios para pessoas impossibilitadas de se relacionar e movimentar-se pelos espaços
sociais.  
Artes: A arte é uma forma importante de expressão. A expressão plástica é mais uma fonte de
comunicação. As crianças especiais podem explorar tintas, argilas, massas e outros materiais que
proporcionam oportunidade para desenvolvimento da criatividade, do senso de estética, da coordenação
viso-motora, entre outras habilidades.
ALGUMAS POSSIBILIDADES DE ATENDIMENTO
Grande parte do atendimento aos portadores de necessidades especiais é realizada particularmente, isto é,
as escolas e instituições são contratadas pela  família. Frequentemente este atendimento sobrecarrega
muito o orçamento familiar, porém, existem diversas iniciativas privadas que oferecem atendimentos mais
acessíveis tais como terapias, escolaridade e outras atividades.
Alguns planos de assistência médica mantém em sua rede credenciada médicos neurologistas, psiquiatras
infantis e psicólogos, que poderão auxiliá-lo no melhor tipo de tratamento para seu filho. Além disso, podem
ter também convênios com escolas de educação especial.
Relacionamos a seguir algumas das entidades mais importantes que fazem o atendimento a portadores de
necessidades especiais.  11
Hospitais / Universidades:
Muitos hospitais e faculdades de psicologia realizam atendimento psicológico infantil e adulto,
gratuitamente, em que é feito o diagnóstico e por vezes também o tratamento.
Instituição:  Hospital das Clínicas
Descrição dos serviços: O Instituto de Psiquiatria mantém o SEPIA – Serviço de Psiquiatria da Infância e
da Adolescência que tem como principal objetivo a realização de um conjunto de
ações preventivas e de tratamento concernentes a saúde mental da criança e do
adolescente.
Atendim. oferecido: Psicoterapia / Brinquedoteca Terapêutica / Fonoaudiologia
Deficiências atendidas: Distúrbios Hiperativos e Déficit de Atenção / Transtornos do Desenvolvimento /
outros distúrbios
Endereço: Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 255 – Cerqueira César – São Paulo – SP
Telefone: (0xx11) 3069-6000
Site:  http://www.hcnet.usp.br
Instituição:  Hospital São Paulo
Descrição dos serviços: Através do NANI – Núcleo de Atendimento Neuropsicológico Infantil
Interdisciplinar, presta assistência que visa orientação diagnóstica e
estabelecimento das bases para o  desenvolvimento de estratégias de
reabilitação.
Atendim. oferecido: Não informado
Deficiências atendidas: Transtornos do desenvolvimento / Distúrbios Hiperativos e Déficit de Atenção /
outros distúrbios
Endereço: R. Embaú, 54 – Vila Clementino – São Paulo – SP
Telefone: (0xx11) 5539-8476 / 5549-6899
Site:  http://www.unifesp.br/dpsicobio/gruponani
Instituição:  Hospital de Saúde Mental para Adultos de Itaquera
Descrição dos serviços: CRIA – oferece atendimento para crianças  e adolescentes portadores de
doenças mentais graves
Atendim. oferecido: Psiquiatria / Enfermagem / Psicologia
Deficiências atendidas:  Neuroses Graves / Psicoses / Autismo
Endereço: R. Porto Xavier, 57 – Itaquera – São Paulo – SP
Telefone: (0xx11) 6179-6388
Site: Não tem
Instituição:  Hospital Municipal Infantil Menino de Jesus
Descrição dos serviços: Orientação e encaminhamento familiar e individual
Atendim. oferecido: Clínico Geral / Neurologia / Fonoaudiologia / Psicologia
Deficiências atendidas: Deficiência Mental Leve / Deficiência Mental Moderada / Deficiência Mental
Profunda /
Endereço: R. dos Ingleses, 258 – Bela Vista
Telefone: (0xx11) 3253-5200 / 289-2147
Site:  www.prefeitura.sp.gov.br (pesquisar em informações)
.. 12
Instituição:  USP
Descrição dos serviços: Mantém um serviço de atendimento psicológico e psiquiátrico.
Atendim. oferecido: Serviço Social / Aconselhamento / Psicologia / Psiquiatria
Deficiências atendidas: Não informado
Endereço: Av. Prof. Mello de Moraes, 1721 – Bloco D – Cidade Universitária – São Paulo –
SP
Telefone: (0xx11) 3091-4990
Site: Não tem
Outras instituições (particulares/associações)
As associações na maioria das vezes prestam atendimento em caráter assistencial. No entanto, como a
procura por este tipo de atendimento é grande, as filas de espera podem demorar muito tempo. Algumas
escolas especiais também realizam diagnósticos, além de possuírem toda a estrutura adaptada ao
atendimento de pessoas com necessidades especiais.  
Instituição:  Escola Indianópolis
Descrição dos serviços: Faz diagnósticos e mantém um serviço de encaminhamento para portadores de
deficiência mental ou transtornos abrangentes do desenvolvimento. No
atendimento realizado na escola, é feito acompanhamento continuamente pelo
DAE – Dossiê de Avaliação Evolutiva,  importante instrumento que avalia a
evolução do aluno em todos os estágios de desenvolvimento.
Atendim. oferecido: Escola Especial – Psiquiatria / Educação Física / Fonoaudiologia / Psicologia /
Terapia Ocupacional
Deficiências atendidas: Deficiência Mental Leve e Moderada / Autismo / Distúrbios  da Aprendizagem
Endereço: R. Antonio de Macedo Soares, 414 – Campo Belo – São Paulo – SP
Telefone: (0xx11) 5543-6333
Site:  www.indianopolis.com.br
Instituição:  APABB – Associação de Pais e Amigos de pessoas portadoras de
deficiência dos funcionários do Banco do Brasil
Descrição dos serviços: Realiza atendimento e encaminhamento a portadores de deficiência mental
Atendim. oferecido: Presta atendimento à família, tem atividades de lazer e esportes adaptados,
realiza projetos sociais.
Deficiências atendidas: Deficiência Mental Leve/Moderada e Deficiência física (Múltipla)
Endereço: Av. São João, 32 – 11º andar – Centro – São Paulo – SP
Telefone: (0xx11) 3105-4214 / 3106-3997
Site:  www.apabb.com.br
Instituição:  Associação Beneficente Parsifal
Descrição dos serviços: Escola Especial / Estimulação Precoce / Orientação individual e familiar
Atendim. oferecido: Clínica Geral /  Psiquiatria / Fisioterapia / Fonoaudiologia / Grupo de Pais
Deficiências atendidas: Deficiência Mental Leve  / Moderada/Severa / Autismo / Distúrbios da
Comunicação / Distúrbios Específicos da Aprendizagem
Endereço: R. Robélia, 59 – Jardim Prudência – São Paulo – SP
Telefone: (0xx11) 5523-1487 / 5547-0201
Site: Não tem  13
Instituição:  APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de São Paulo
(Central)
Descrição dos serviços: Faz diagnóstico, atendimento e encaminhamento a portadores de deficiência
mental. Oficina / Reabilitação / Escola Especial
Atendim. oferecido: Fonoaudiologia / Psicomotricidade / Terapia Ocupacional
Deficiências atendidas: Deficiência Mental Leva / Deficiência Mental Moderada / Deficiência Mental
Severa
Endereço: R. Loefgreen, 2109 – Vila Clementino – São Paulo – SP
Telefone: (0xx11) 5080-7000 / 5080-7034
Site:  www.apaesp.org.br
Instituição:  Associação Cruz Verde
Descrição dos serviços: Atende crianças com deficiências profundas, no hospital e no ambulatório
Atendim. oferecido: Neurologia / Assistente Social / Psicologia / Terapeuta Ocupacional /
Fonoaudiologia
Deficiências atendidas: Crianças excepcionais graves, portadoras de paralisia cerebral
Endereço: R. Diogo de Faria, 695 – Vila Clementino – São Paulo – SP
Telefone: (0xx11) 5579-7335
Site:  www.cruzverde.org.br
Instituição:  AMA – Associação Amigos do Autista
Descrição dos serviços: A AMA mantém o CRI – Centro de Reabilitação Infantil, que oferece atendimento
educacional  especializado para portadores da Síndrome de Asperger ou
Autistas de Alto Nível
Atendim. oferecido: Escola Especial
Deficiências atendidas: Portadores de síndrome de Asperger e Autistas
Endereço: R. dos Lavapés, 1123 – Vila Mariana – São Paulo – SP
Telefone: (0xx11) 3272-8822
Site:  www.ama.org.br
Instituição:  Centro de Reabilitação do Sesi
Descrição dos serviços: Atende a pessoas de todas as idades, portadoras de todos os quadros de
deficiência física e mental.
Atendim. oferecido: Fisiatria / Neuro-pediatria / Fisioterapia / Fonoaudiologia / Psicologia / Terapia
Ocupacional
Deficiências atendidas: Deficiência Mental Leve / Deficiência Mental Moderada / Dficiência Mental e
Física (Múltipla)
Endereço: R. Bom Pastor, 654 – Fundos – Ipiranga – São Paulo – SP
Telefone: (0xx11) 6163-2747 / 6163-6454
Site: www.sesisp.org.br 14
Instituição:  Casa do Sol
Descrição dos serviços: Oferece serviços na unidade clínica e oficina
Atendim. oferecido: Reabilitação / Clínica Geral  / Fisioterapia /  / Fonoaudiologia / Psicologia /
Pedagogia / Terapia Ocupacional
Deficiências atendidas: Deficiência Mental / Autismo / Distúrbios da Comunicação / Síndrome de Down /
Síndrome de West / Síndrome de Rett.
Endereço: R. Regina Badra, 558 – Alto da Boa Vista – São Paulo – SP
Telefone: (0xx11) 5524-7802
Site:  http://www.sab.org.br/pedag-cur/casadosol.htm
Instituição:  ABRACE – Associação Brasileira para Adolescente e a Criança Especial
Descrição dos serviços: Proporciona reabilitação escolar por meio de atividades da vida prática
Atendim. oferecido: Fonoaudiologia / Psicologia / Psicopedagogia
Deficiências atendidas: Deficiência Mental Leve / Deficiência Mental Moderada / Deficiência Mental
Grave
Endereço: R. Princesa Isabel, 548 – Brooklin – São Paulo – SP
Telefone: (0xx11) 5093-2311 / 5096-3894
Site:  www.associacaoabrace.org.br
Instituição:  AAEB – Associação de Amigos dos Excepcionais do Brooklin
Descrição dos serviços: Atendimento multidisciplinar, orientação à família
Atendim. oferecido: Pedagogia / Fonoaudiologia / Fisioterapia / Psicologia / Serviço Social
Deficiências atendidas: Deficiência Mental Leve / Deficiência Mental Moderada / Deficiência Múltipla
Endereço: R. Baetinga, 99 – Brooklin – São Paulo - SP
Telefone: (0xx11) 5535-6002 / 5535-0087
Site: Não tem
Instituição:  APABEX – Associação de Pais Banespianos de Excepcionais
Descrição dos serviços: Equipe multidisciplinar, Escola Especial, Orientação Familiar, Programa de
Capacitação
Atendim. oferecido: Psicologia / Pedagogia / Fonoaudiologia / Fisioterapia / Terapia Ocupacional /
Neurologista
Deficiências atendidas: Deficiência Mental Leve / Deficiência Mental Moderada
Endereço: Praça Monteiro dos Santos, 43 – Vila Mariana – São Paulo - SP
Telefone: (0xx11) 5539-3888
Site:  www.apabex.org.br
Instituição:  AVAPE – Associação para Valorização e Promoção dos Excepcionais
Descrição dos serviços: Triagem / Avaliação Diagnóstica / Consultas Médicas / Escola Especial
Atendim. oferecido: Neurologia / Fisiatria / Psiquiatria / Psicologia / Terapia Ocupacional /
Fonoaudiologia / Psicopedagogia / Serviço Social
Deficiências atendidas: Deficiência Mental Leve / Deficiência Mental Moderada
Endereço: Av. Lino Jardim, 934 – Vila Bastos – Santo André – SP
Telefone: (0xx11) 4433-5000
Site:  www.avape.org.br  15
Residências e Comunidades:
As residências estão surgindo agora em um esquema semelhante ao familiar, porém com equipe
multidisciplinar para dar todo o apoio ao residente e à família.
Instituição:  Instituto Cisne
Descrição dos serviços: É um espaço onde crianças e  jovens ficam alojados, como se estivessem em
suas próprias casas e é destinado para as pessoas cujas famílias que não
residem em São Paulo ou por algum motivo, não possam conviver entre seus
familiares.
Endereço: Avenida São Camilo, 3.330 – Chácara São João – Carapicuíba – SP
Telefone: (0xx11) 4169-7937
Site:  www.institutocisne.org.br
Instituição:  Aldeia da Esperança
Descrição dos serviços: É um conceito de moradia individual para adultos com llimitação da autonomia
pessoal e social, onde cada habitante tem a sua própria casa e desenvolve uma
atividade de trabalho na comunidade, participa de atividades de lazer e recebe
orientação quanto à socialização, auto-suficiência, autonomia e independência.
Endereço: Km 47,5 da Rodovia Tancredo Neves – Franco da Rocha – SP
Telefone: (0xx11) 4449-5006
Site:  www.ciam.org.br
Instituição:  Sítio Arco-Iris
Descrição dos serviços: Propõe parceria às famílias de portadores de necessidades especiais,
desenvolvendo treinamento ocupacional, pré-profissionalizante e/ou
profissionalizante, tendo em vista o despertar de suas potencialidades e demais
responsabilidades.
Endereço: Av. Washington Luiz, 583 – Araras – SP
Telefone: (0xx19) 3541-3133
Site:  http://www.araras.com.br/apae/sitio.htm
Instituição:  Luz do Sol
Descrição dos serviços: O Núcleo de Integração Luz do Sol, é uma residência terapêutica, especializada
no tratamento do Autismo e de outras Psicoses da Infância. Funciona em regime
de comunidade terapêutica.
Endereço: Estrada Tocantins, 776 – Jardim Estância Brasil – Atibaia – SP
Telefone: (0xx11) 4415-2800
Site:  www.nucleoluzdosol.com.br  16
Oficinas de Trabalho:
Instituição:  FabriNcante
Descrição dos serviços: Funciona como uma pequena fábrica de brinquedos que tem como objetivos a
aquisição de hábitos de trabalho, o desenvolvimento do senso de
responsabilidade e a confecção de uma linha de brinquedos e materiais
pedagógicos que são posteriormente vendidos para que o lucro da venda seja
distribuído proporcionalmente entre os aprendizes que os confeccionaram.
Endereço: R. Antonio de Macedo Soares, 414 – Campo Belo – São Paulo – SP
Telefone: (0xx11) 5543-6333
Site:  www.indianopolis.com.br
Instituição:  OAT
Descrição dos serviços: Os instrumentos para capacitação dos aprendizes são as oficinas artesanais,
coordenadas por uma equipe técnica composta de psicopedagoga, psicóloga,
assistente social, fisioterapeuta e instrutores.
Endereço: R. Barão de Aguiar, 108 – Campo Belo – São Paulo – SP
Telefone: (0xx11) 5041-8862 / 5531-5343
Site:  www.oat.org.br
Instituição:  ADERE – Associação para o Desenvolvimento Educacional e Recuperação
do Excepcional
Descrição dos serviços: Entidade filantrópica que atende portadores de deficiência mental.
Endereço: R. Contos Gauchescos, 86 – Vila Santa Catarina – São Paulo – SP
Telefone: (0xx11) 5562-4523
Site:  www.adere.org.br
Colônias de Férias
Destina-se a atender crianças especiais durante as férias em esquema de acampamento, com a presença
de monitores especializados.
Instituição:  Centro de Convivência Movimento
Descrição dos serviços: Especializado no atendimento de pessoas portadoras de deficiência mental e/ou
autismo. Proporciona diversas atividades e também vivências na comunidade.
Endereço: R. João Paes, 159 – Jd. Petrópolis – São Paulo
Telefone: (0xx11) 5096-3147 / 5543-5710
Site: Não tem
Instituição:  Centro de Vivência ASA
Descrição dos serviços: Em um ambiente acolhedor propõe atividades tais como: culinária, jardinagem,
artes, educação física, musicoterapia, AVD (Atividades de Vida Diária) e AVP
(Atividades de Vida Prática), e psicodança e recreação na piscina .
Endereço: R. Acruás, 179 – Vila Congonhas
Telefone: (0xx11) 5044-0368
Site:  www.asasite.com.br  17
Instituição:  Realizza
Descrição dos serviços: É um programa que desenvolve vários projetos para pessoas com necessidades
especiais, abrangendo o público jovem e infantil. Ministra ainda cursos e
palestras sobre desenvolvimento infantil, atendimento clínico e outros aspectos
sobre o assunto.
Telefone: (0xx11) 9625-5774
E-mail:  programarealizza@uol.com.br
Instituição:  Projeto Carona
Descrição dos serviços: Mantém uma estrutura de transporte adaptado para deficientes, além de
oferecer um acompanhamento da programação cultural e atividades de lazer.
Endereço: Travessa Domingos Assunção, 57 – Pinheiros – São Paulo – SP
Telefone: (0xx11) 3814-4162
Site:  www.projetocarona.com.br
Devido às dificuldades inerentes à condição de  portador de necessidades especiais, são poucas as
oportunidades de recreação. Existem algumas possibilidades:
 * Esportes e recreação podem ser procurados nos Centros Educacionais e Esportivos Municipais;
 * Passeios e acampamentos  são feitos por empresas especializadas que trabalham com as escolas;
 * Geralmente todas as escolas especializadas tem programação de passeios e recreação;
 * Acompanhantes de lazer: professores especiais e universitários de área afins podem ser contratados    
para fazer companhia em casa ou em passeios. Pagamento por hora ou por programa.
LITERATURA INDICADA
A seguir apresentaremos algumas sugestões de livros que abordam temas referentes à criança especial.
HIPERATIVIDADE – Como lidar?
Abram Topczewski
Casa do Psicólogo
HIPERATIVIDADE – Como Ajudar seu filho
Maggie Jones
Plexus Editora
Jogo Infantil e Hiperatividade
Juliana Monteiro Gramatico Barros
Ed. Sprint
Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade: O que é? Como ajudar?
Luiz Rohde e Edyleine Benczik
Editora Artes Médicas
Psicofarmacologia da Criança
Marcos Tomanik Mercadante
Ed. Memnom
Novas Abordagens do Diagnóstico Psicologico da Deficiência Mental
Leila Maria da Cruz Evangelista
Ed. Vetor 18
Autismo e Família – Uma pequena grande História de Amor
Maria Stela de Figueiredo Avelar
Edusa
Deficiência Mental, Sexualidade e Família
Maria Helena S. Sprovieri; Francisco B. Assumpção Jr.
Editora Manole
Aprendendo sobre a Deficiência Mental – Um Programa para Crianças
Solange Leme Ferreira
Ed. Memnom
Lazer e Deficiência Mental
Silvana M. Blascovi-Assis
Ed. Papirus
Compreendendo a Deficiência Mental
Maria Teresa Egler Mantvan
Ed. Scipione
Autismo Infantil - Fatos e Modelos
Marion Leboyer
Papirus
Enfrentando o Autismo
Marie Domenique Amy
Jorge Zahar
Autismos
Paulina Rocha
Ed. Esauta
A criança em Desenvolvimento
Helen Bee
Artmed
A Família e o Desenvolvimento Individual
Donald W. Winnicott
Martins Fontes
Neurologia Infantil
Vol 1 e 2
Saul Cypel e Aron Diament
Atheneu
SITES SOBRE ASSUNTOS RELACIONADOS
Abaixo alguns sites que trazem assuntos relacionados a pessoas com necessidades especiais.
ABRA – Associação Brasileira de Autismo   www.autismo.org.br
AUMA – Associação dos Amigos da Criança Autista  www.autista.org.br
Autimismo – (sobre autismo)     www.autimismo.com.br
Cidadão Eficiente – (sobre deficiências)    www.cidadaoeficiente.com.br
Deficiente Eficiente – (sobre deficiências)   www.deficienteeficiente.com.br
Defnet – (sobre deficiências)     www.defnet.org.br19
Entre Amigos – (sobre deficiências)    www.entreamigos.com.br
Fundação Síndrome de Down               www.fsdown.org.br
Rede Saci – (sobre deficiências)    www.saci.org.br
Revista Sentidos – (sobre deficiências)    www.sentidos.com.br
Centro de Referência – (sobre educação especial)       http://www.centrorefeducacional.pro.br  
   
FILMES SOBRE DEFICIÊNCIA
Gilbert Grape – Aprendiz de Sonhador
Gilbert sustenta a família desde a morte do pai. Sua mãe é obesa e seu irmão deficiente mental. A chegada
de uma jovem muda sua vida.
Forrest Gump – O Contador de Histórias
Oscar de melhor filme, ator, diretor, roteiro, montagem e efeitos especiais. Quarenta anos da história dos
Estados Unidos, visto pelos olhos de um rapaz com QI abaixo da média que, por obra do acaso, consegue
participar de momentos cruciais, como a Guerra do Vietnã e Watergate.
O Oitavo Dia
O filme ganhou prêmio de melhores atores em  Cannes. Um jovem com Síndrome de Down quase é
atropelado por um empresário que não está em um dos seus melhores dias. A partir daí nasce uma
profunda e emocionante amizade entre os dois.
Prisioneiros do Silêncio
Mãe leva filho autista para uma instituição especializada e descobre maneiras de se comunicar com ele.
Rain Man
Rapaz vai buscar irmão autista em asilo a fim de herdar sozinho a fortuna do pai. No caminho, os dois
iniciam uma grande amizade. Oscar de melhor filme, ator, direção e roteiro.
Simples como amar
Jovem com leve problema mental volta de uma escola especial, porém entra em conflito com sua mãe
superprotetora que não aceita sua recuperação.
Testemunha do Silêncio
Um casal de irmãos tstemunham o assassinato dos pais, sendo o menino autista. Um dos maiores
especialistas no tratamento de crianças autistas é chamado para ajudar a desvendar o crime.
Uma Lição de Amor – (I am Sam)
O filme acompanha a trajetória de Sam Dawson, um adulto com a idade mental, a inocência e a sinceridade
de uma criança de sete anos. Um homem que o destino quis que se tornasse pai solteiro de Lucy. Embora
tivesse dificuldades, com a ajuda de amigos muito especiais, Sam conseguiu fazer dos primeiros anos de
vida de Lucy, uma infância repleta de amor e alegria.
Uma Mente Brilhante – (A Beautiful Mind)
Um gênio da matemática que, aos 21 anos, formulou um teorema que provou sua genialidade e o tornou
aclamado no meio onde atuava. Mas aos poucos o belo e arrogante John Nash se transforma em um
sofrido e atormentado homem, que chega até mesmo  a ser diagnosticado como esquizofrênico pelos
médicos que o tratam. Porém, após anos de luta para se recuperar, ele consegue retornar à sociedade e
acaba sendo premiado com o prêmio Nobel.20
GLOSSÁRIO
Reunimos aqui alguns termos usados por médicos e profissionais, que poderão auxiliar a melhor
compreensão do assunto.
Afasia - Perda da capacidade de usar ou compreender a linguagem oral.
Anorexia - Perda ou diminuição do apetite.
Audição - O sentido através do qual  percebemos os sons. Capacidade de ouvir.
Autismo - Distúrbio emocional de criança caracterizada por isolamento e falta de comunicação.
Aspecto Cognitivo - Referente a aquisição do conhecimento.
Atraso Mental - Funcionamento do pensamento abaixo da média esperada para a idade cronológica.
Avaliação Psicológica - Avaliação do desenvolvimento do pensamento e de aspectos emocionais, que
envolvem o comportamento.
Avaliação Psiquiátrica - Avaliação para diagnóstico de anormalidades orgânicas que podem causar
alterações no comportamento e perturbações mentais.
Avaliação Pedagógica- Avaliação do processo de aprendizagem e de aquisição de conhecimentos. Avalia
também o nível de escolaridade.
D.C.M. -  Disfunção Cerebral Mínima - Lesão cerebral mínima.
Decúbito Dorsal - Posição deitada de barriga para cima.
Decúbito Lateral - Posição deitada virado de lado.
Decúbito Ventral - Posição deitada de barriga para baixo.
Deficiência Mental - Funcionamento da inteligência em nível abaixo da média esperada para a idade.
Limitação intelectual.
Dificuldade de Aprendizagem - Dificuldades específicas para adquirir certos tipos de habilidades ou
conhecimentos embora a inteligência  seja considerada normal.
Distúrbio de Comportamento - Presença de comportamentos que não se adaptam ao contexto social e
cultural. Condutas que podem prejudicar o indivíduo ou a terceiros.
Discalculia - Dificuldade para a realização de operações matemáticas.
Disgrafia - Dificuldade relativa à capacidade  de escrever.
Dislexia - Dificuldade no processo de leitura.
Disortografia - Dificuldade na expressão da linguagem escrita.
Distrofia Muscular - Doença muscular caracterizada pelo enfraquecimento e atrofia dos músculos
esqueléticos.
Dispnéia - Dificuldade de respirar.
Ecolalia - Repetição de palavras ou frases ditas por outra pessoa, sem a compreensão  do significado da
palavra.
Electroencefalograma (EEG) - Registro gráfico de atividade elétrica do cérebro.
Encefalite  - Inflamação do cérebro.
Endógeno - Que é devido a causas internas.
Epilepsia - Nome dado a um grupo de doenças nervosas e caracterizadas principalmente por convulsões de
várias formas e graus e ou distúrbios de consciência.
Espástico- Indivíduo afetado por tensão excessiva nos músculos com aumento de resistência à flexão ou
extensão, como nos casos de paralisia  cerebral.
Esquema Corporal - Noção de organização do seu próprio corpo.  21
Estímulo- Fato que atinge o indivíduo provocando uma percepção.
Etiologia - Causa ou origem de uma condição ou doença.
Hemiplegia - Paralisia de um só lado.
Hipertonia - Estado no qual a musculatura apresenta um aumento de tonicidade.
Hipotonia - Estado no qual a musculatura apresenta fraca tonicidade.
Idade Cronológica - Idade real, contada em anos, desde o nascimento.
Idade Mental - Idade comparada ao nível em que a inteligência está funcionando.
Impulsividade-  Forma de agir caracterizada  pela satisfação do impulso, sem reflexão.
Lateralidade - Definição da prevalência do uso de um dos dois lados do corpo, uso preferencial de um pé,
mão ou olho.
Lesão Mínima do Cérebro - Lesão que se pode verificar antes, durante ou depois do nascimento do
indivíduo, provocada por traumatismo ou inflamação. Como conseqüência pode surgir dificuldade de
aprendizagem.
Ludoterapia - Psicoterapia infantil. Uso de atividades de brinquedo no atendimento de crianças.
Maturação - Processo de desenvolvimento neurológico.
Modificação de Comportamento - Técnica utilizada para modificar o comportamento humano, baseada no
condicionamento através de reforço positivo ou negativo e outras técnicas.
Percepção - Processo de organização e interpretação dos dados que são obtidos através dos sentidos.
Perseveração - Tendência de continuar uma atividade ininterruptamente.
Pinça Digital - Ato de segurar objetos usando o polegar e o indicador.
Preensão- Capacidade de segurar objetos.
Preensão Palmar - Ato de segurar objetos com a palma da mão sem o uso do polegar.
Prognóstico - Expectativa quanto ao futuro provável.
Prorioceptivo - Sistema sensorial que fornece informações referentes a posição e ao movimento dos
membros do corpo.
Pronação - Posição com os braços voltados para baixo.
Praxia - Movimento intencional, organizado.
Reforço  -  Recurso utilizado para fortalecer  (ou enfraquecer)  um comportamento através de prêmios
(reforço positivo) ou de castigos (reforço negativo).
Relaxação - Forma de intervenção terapêutica que visa a diminuição das tensões e o aumento da
capacidade de cocentrar a atenção.
Retardamento Mental - Nível de funcionamento da inteligência abaixo da média.
Sensório Motor - Ligado às sensações e à motricidade.
Síndrome - Um conjunto de sinais e sintomas que determinam um quadro clínico.
Teste Psicológico - Processo padronizado, destinado a medir as características e o nível das capacidades
intelectuais.
Tônus  - Contração normal dos músculos.
Visão -   Sistema de identificação, discriminação e integração dos estímulos visuais.

Retirado do site: http://inclusaoaee.files.wordpress.com/2010/03/guia-para-pais-dm.pdf

Os fundamentos das deficiências e síndromes: DI e TGD


Os fundamentos das deficiências e síndromes: DI e TGD

Publicado por: Angélica Almeida 

Deficiência intelectual

"Ajudou no meu trabalho perceber que o Benjamin  precisa visualizar. Ele entende mais diante de  situações concretas."  Roseléia Blecher, professora da Nova Escola Judaica Bialik Renascença, em São Paulo, onde  estuda Benjamin Saidon, 15 anos,  com síndrome de Down. Foto: Marcelo Min• Definição: funcionamento intelectual inferior à média (QI), que se manifesta antes dos 18 anos. Está associada a limitações adaptativas em pelo menos duas áreas de habilidades (comunicação, autocuidado, vida no lar, adaptação social, saúde e segurança, uso de recursos da comunidade, determinação, funções acadêmicas, lazer e trabalho). O diagnóstico do que acarreta a deficiência intelectual é muito difícil, englobando fatores genéticos e ambientais. Além disso, as causas são inúmeras e complexas, envolvendo fatores pré, peri e pós-natais. Entre elas, a mais comum na escola é a síndrome de Down.
SÍNDROME DE DOWN• Definição: alteração genética caracterizada pela presença de um terceiro cromossomo de número 21. A causa da alteração ainda é desconhecida, mas existe um fator de risco já identificado. “Ele aumenta para mulheres que engravidam com mais de 35 anos”, afirma Lília Maria Moreira, professora de Genética da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
• Características: além do déficit cognitivo, são sintomas as dificuldades de comunicação e a hipotonia (redução do tônus muscular). Quem tem a síndrome de Down também pode sofrer com problemas na coluna, na tireoide, nos olhos e no aparelho digestivo, entre outros, e, muitas vezes, nasce com anomalias cardíacas, solucionáveis com cirurgias.
• Recomendações: na sala de aula, repita as orientações para que o estudante com síndrome de Down compreenda. “Ele demora um pouco mais para entender”, afirma Mônica Leone Garcia, da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. O desempenho melhora quando as instruções são visuais. Por isso, é importante reforçar comandos, solicitações e tarefas com modelos que ele possa ver, de preferência com ilustrações grandes e chamativas, com cores e símbolos fáceis de compreender. A linguagem verbal, por sua vez, deve ser simples. Uma dificuldade de quem tem a síndrome, em geral, é cumprir regras. “Muitas famílias não repreendem o filho quando ele faz algo errado, como morder e pegar objetos que não lhe pertencem”, diz Mônica. Não faça isso. O ideal é adotar o mesmo tratamento dispensado aos demais. “Eles têm de cumprir regras e fazer o que os outros fazem. Se não conseguem ficar o tempo todo em sala, estabeleça combinados, mas não seja permissivo.” Tente perceber as competências pedagógicas em cada momento e manter as atividades no nível das capacidades da criança, com desafios gradativos. Isso aumenta o sucesso na realização dos trabalhos. Planeje pausas entre as atividades. O esforço para desenvolver atividades que envolvam funções cognitivas é muito grande e, às vezes, o cansaço faz com que pareçam missões impossíveis para ela. Valorize sempre o empenho e a produção. Quando se sente isolada do grupo e com pouca importância no trabalho e na rotina escolares, a criança adota atitudes reativas, como desinteresse, descumprimento de regras e provocações.

TGD

"Trocando experiências com colegas,  descobri novas maneiras de ensinar   o Matheus. E, quando percebi que  ele aprendia, nunca mais dei sossego a ele."
• Definição: os Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) são distúrbios nas interações sociais recíprocas, com padrões de comunicação estereotipados e repetitivos e estreitamento nos interesses e nas atividades. Geralmente se manifestam nos primeiros cinco anos de vida.
AUTISMO
• Definição: transtorno com influência genética causado por defeitos em partes do cérebro, como o corpo caloso (que faz a comunicação entre os dois hemisférios), a amídala (que tem funções ligadas ao comportamento social e emocional) e o cerebelo (parte mais anterior dos hemisférios cerebrais, os lobos frontais).
• Características: dificuldades de interação social, de comportamento (movimentos estereotipados, como rodar uma caneta ou enfileirar carrinhos) e de comunicação (atraso na fala). “Pelo menos 50% dos autistas apresentam graus variáveis de deficiência intelectual”, afirma o neurologista José Salomão Schwartzman, docente da pós-graduação em Distúrbios do Desenvolvimento da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. Alguns, porém, têm habilidades especiais e se tornam gênios da informática, por exemplo.
• Recomendações: para minimizar a dificuldade de relacionamento, crie situações que possibilitem a interação. Tenha paciência, pois a agressividade pode se manifestar. Avise quando a rotina mudar, pois alterações no dia a dia não são bem-vindas. Dê instruções claras e evite enunciados longos.
SÍNDROME DE ASPERGER• Definição: condição genética que tem muitas semelhanças com o autismo.
• Características: focos restritos de interesse são comuns. Quando gosta de Matemática, por exemplo, o aluno só fala disso. “Use o assunto que o encanta para introduzir um novo”, diz Salomão Schwartzman.
• Recomendações: as mesmas do autismo.
SÍNDROME DE WILLIAMS• Definição: desordem no cromossomo 7.
• Características: dificuldades motoras (demora para andar e falta de habilidade para cortar papel e andar de bicicleta, entre outros) e de orientação espacial. Quando desenha uma casa, por exemplo, a criança costuma fazer partes dela separadas: a janela, a porta e o telhado ficam um ao lado do outro. No entanto, há um interesse grande por música e muita facilidade de comunicação. “As que apresentam essa síndrome têm uma amabilidade desinteressada”, diz Mônica Leone Garcia.
• Recomendações: na sala de aula, desenvolva atividades com música para chamar a atenção delas.
SÍNDROME DE RETT• Definição: doença genética que, na maioria dos casos, atinge meninas.
• Características: regressão no desenvolvimento (perda de habilidades anteriormente adquiridas), movimentos estereotipados e perda do uso das mãos, que surgem entre os 6 e os 18 meses. Há a interrupção no contato social. A comunicação se faz pelo olhar.
• Recomendações: “Crie estratégias para que esse aluno possa aprender, tentando estabelecer sistemas de comunicação”, diz Shirley Rodrigues Maia, da Ahim-sa. Muitas vezes, crianças com essa síndrome necessitam de equipamentos especiais para se comunicar melhor e caminhar.

Quer saber mais?

CONTATOS
Associação de Amigos do Autista (AMA)www.ama.org.br
Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD)www.aacd.org.br
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae)www.apaebrasil.org.br
Associação Educacional para Múltipla Deficiênciawww.ahimsa.org.br
Associação Quero-Querowww.projetoqueroquero.org.br
Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Comunicação (Derdic)www.derdic.pucsp.com.br
Fundação Dorina Nowill para Cegoswww.fundacaodorina.org.br 
Fundação Selmawww.fund-selma.org.br
Instituto de Educação para Surdos (Ines)www.ines.gov.br
Laramara – Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visualwww.laramara.org.br
FILMOGRAFIA
Vermelho como o Céu
, Cristiano Bortone, 95 min., Califórnia Filmes, tel. (11) 3048-8444

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: POR Dr. JAIME LIN


DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: POR DR. JAIME LIN

Saiba Mais: A neuropediatria e a prevenção de acidentes
A deficiência intelectual não é uma doença. Antes de tudo é o resultado de um processo patológico, no cérebro, caracterizado por limitações nas funções intelectuais e adaptativas.
Frequentemente, o tema ainda é encarado como um tabu. Muitas pessoas ainda encaram a situação com vergonha, procurando falar pouco a respeito, tentando encontrar diagnósticos alternativos.
Assim como todos os temas previamente publicados, acredito que a informação e o esclarecimento são fundamentais. O conhecimento transforma, abre caminhos, liberta, acalma.

O QUE É A DEFICIÊNCIA MENTAL?

Por definição, a deficiência mental, de acordo com o Manual Diagnóstico Estatístico de transtornos mentais (DSM-IV), é um funcionamento intelectual geral abaixo da média resultando em, ou associado a, prejuízo concomitante no comportamento adaptativo e manifestado durante o período do desenvolvimento, antes do 18 anos de idade.
Esse funcionamento intelectual abaixo da média traduz-se por uma inteligência abaixo da média e o prejuízo no comportamento adaptativo se observa nas limitações nas mais diversas áreas: comunicação e cuidado pessoal, vida em casa e habilidades sociais, funcionamento na comunidade, saúde e segurança, lazer e trabalho.

A DEFICIÊNCIA MENTAL É COMUM?

Infelizmente, é extremamente comum. Estima-se que cerca de 1% da população tenha algum grau de deficiência mental. A incidência, no entanto, é extremamente difícil de calcular. Isso ocorre, principalmente pelo fato de que a deficiência mental é difícil de ser reconhecida, especialmente em crianças menores, leva-se tempo.
Aspectos cognitivos e intelectuais de crianças recém-nascidas ou pequenas são muito semelhantes independentemente de haver ou não um quadro de deficiência intelectual. À medida que a criança cresce, suas necessidades intelectuais vão aumentando, a sociedade se torna mais exigente e fica mais fácil reconhecer um quadro de deficiência intelectual.

COMO SE FAZ O DIAGNÓSTICO DE DEFICIÊNCIA MENTAL?

Um adequado diagnóstico da deficiência mental é fundamental para o manejo e para o encaminhamento para serviço de referência. O diagnóstico acurado permite não só o entendimento do quadro clínico, mas também permite o encaminhamento para a inclusão escolar, a inclusão ao mercado de trabalho, o aconselhamento familiar e aconselhamento legal.
Para o diagnóstico da deficiência intelectual é fundamental a análise neuropsicológica que permite a demonstração, de forma objetiva, das limitações intelectuais da criança, bem como a classificação objetiva da deficiência intelectual em graus:
Profundo: Retardo significativo; capacidade mínima para funcionar em áreas sensório-motoras, precisa de auxílio e supervisão constantes. Grave: Desenvolvimento motor pobre; fala mínima, em geral incapaz de beneficiar-se de treinamento em auto-ajuda; pouca ou nenhuma habilidade de comunicação.
Moderado: Pode aprender a comunicar-se, consciência social pobre; desenvolvimento motor razoável; beneficia-se com treinamento de auto-ajuda; pode ser manejado com supervisão moderada.
Leve: Pode desenvolver habilidades sociais e de comunicação; retardo mínimo em áreas sensório-motoras; com freqüência não é identificado distinguindo-se das crianças normais somente mais tarde.

A DEFICIÊNCIA MENTAL É DIAGNÓSTICO OU SINTOMA?

Essa talvez seja uma das perguntas mais importantes. Frequentemente nos deparamos com crianças com diagnóstico registrado em prontuários ou relatórios de deficiência intelectual.
Nesses casos, sempre me pergunto? Qual a causa da deficiência mental? Apesar de todas as dificuldades, sempre acreditei na necessidade de se investigar a causa e, nesse caso, acredito que a deficiência mental é um sintoma e que demos sempre buscar a causa, o diagnóstico.
As causas de deficiência mental são várias: gestacionais (exposição materna ao álcool ou outras substâncias, infecções durante a gestação, etc.); perinatais, neonatais, causas genéticas e hereditárias, condições neurometabólicas. A lista é realmente enorme e as dificuldades diagnósticas são igualmente grandes.
Para se ter uma idéia vamos considerar os seguintes quadros de deficiência mental: Quando a deficiência mental é grave, podemos encontrar o diagnóstico definitivo em mais de 60% dos casos (anormalidades cromossômicas – 30%; agressões ao cérebro em desenvolvimento – 15%; mal-formação do sistema nervoso central – 15%; síndromes genéticas – 5%; doenças neurometabólicas – 5%). Quando a deficiência mental é leve, nós não encontramos o diagnóstico definitivo em mais de 60% dos casos. Mas nada nos impede de tentar.
Entre os transtornos cromossômicos a síndrome de Down e a síndrome do X-frágil são os transtornos mais prováveis de produzir ao menos retardo mental moderado.

A DEFICIÊNCIA MENTAL E A INTERDISCIPLINARIDADE

A deficiência mental é talvez a condição que mais depende da interdisciplinaridade. Depende da investigação neuropediátrica para se tentar chegar a um diagnóstico definitivo e, com isso, tentar métodos de prevenção.
É necessário se educar a população quanto às causas, informar quanto ao risco de recorrência em uma mesma família. Mas como se calcula a chance de um transtorno mental acontecer mais de uma vez em uma mesma família sem se saber o diagnóstico? Por isso, a investigação diagnóstica é tão importante
Depende de fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos e terapeutas ocupacionais para que tenha uma reabilitação adequada, uma melhora na sua funcionalidade.
Depende de educadores, psicopedagogos para uma inclusão eficiente, para criar ambientes educacionais adequados e de respeito ao próximo.
Depende de assistentes sociais e de legisladores para lutar por políticas de saúde públicas mais eficientes e mais inclusivas.
Depende de todos nós para tirar a deficiência intelectual das sombras.

Da minha parte, postarei sempre que possível textos esclarecedores quanto à parte clínica neuropediátrica e convoco todos os interessados a publicar textos a respeito para criarmos uma rede de discussão.
Grande abraço a todos e vamos à luta!

REFERÊNCIAS:

Sadock BJ, Sadock VA. Kaplan & Sadock Manual Conciso de Psiquiatria Clínica. 2a edição. Artmed.

Swaiman KF, Ashwal S, Ferriero DM, Schor NF. Swaiman's Pediatric Neurology: Principles and Practice. 5a edição. Elservier
Fonte: http://jaimelin.com.br/saiba-mais-deficiencia-intelectual/

ASPECTOS CLÍNICOS ASSOCIADOS À PARALISIA CEREBRAL - POR Dr. JAIME LIN


ASPECTOS CLÍNICOS ASSOCIADOS À PARALISIA CEREBRAL - POR DR. JAIME LIN

Saiba Mais: ASPECTOS CLÍNICOS ASSOCIADOS À PARALISIA CEREBRAL
A paralisia cerebral pode estar associada a alterações intelectuais, sensoriais e comportamentais. Dentre as condições clínicas associadas mais prevalentes encontram-se: deficiência intelectual (52%); distúrbios de fala ou linguagem (32%); e comprometimento auditivo (12%). A avaliação as condições associadas é fundamental para o adequado tratamento dos pacientes com paralisia cerebral.

RETARDO MENTAL

A avaliação da função intelectual em crianças com certos tipos de envolvimento é difícil, porque a maioria dos testes normalmente aplicados para avaliar o desenvolvimento cognitivo requer respostas verbais e motoras, e um julgamento baseado apenas nas impressões iniciais pode levar a uma conclusão incorreta.
Muitas crianças com disartria grave, a princípio consideradas como intelectualmente deficientes, a partir do momento em que puderam se comunicar utilizando meios alternativos, foram reconhecidas como sendo muito mais capazes intelectualmente do que se supunha. De qualquer maneira, a alta incidência de alterações cognitivas em alguns tipos de PC é reconhecida. O retardo mental é mais comumente observado nas crianças com tetraplegia espástica.

EPILEPSIA

Os neurônios (células nervosas) estão permanentemente gerando impulsos elétricos. Esta atividade elétrica ocorre, normalmente, de uma maneira organizada. Quando certos grupos de neurônios entram em atividade excessiva e hipersincrônica, ou seja, quando vários neurônios entram em atividade elétrica ao mesmo tempo, ocorre um distúrbio do funcionamento do sistema nervoso central. Estes episódios de descarga elétrica anormal são chamados de crises epilépticas. Estas crises podem evoluir com hiperextensão e contrações musculares (convulsões), perda súbita do tônus muscular, perda ou alteração temporária da consciência e alteração temporária do comportamento.
Quando existe dúvida quanto à possibilidade da criança estar apresentando qualquer um desses sinais, o melhor a fazer é registrar as alterações observadas procurando descrever o sintoma, que parte do corpo envolveu, à hora em que ocorreu e quanto tempo durou. Somente o médico, muitas vezes com o auxílio do eletroencefalograma (EEG), pode confirmar se a criança está realmente apresentando crises e orientar o tratamento correto. O EEG pode ser visto como uma extensão do exame neurológico e o que ele registra é basicamente a atividade elétrica espontânea do cérebro. Muitas vezes, mesmo para o pediatra ou neurologista, é difícil definir se as crises são realmente epilépticas ou se estão relacionadas com outros tipos de distúrbio. Nesses casos, os estudos feitos com EEG prolongado e vídeo podem esclarecer o diagnóstico.
Além da epilepsia, muitas outras condições podem determinar crises convulsivas isoladas tais como desidratação grave, hipoglicemia, infecções cerebrais ou intoxicações. O que caracteriza a epilepsia é a repetição de crises não provocadas, ou seja, não determinadas por um processo patológico agudo.
A Liga Internacional contra a Epilepsia classifica as crises em generalizadas e parciais. As generalizadas envolvem o cérebro como um todo. As parciais permanecem restritas a certa área do cérebro e os sintomas dependem da área envolvida. Uma criança com PC pode apresentar qualquer tipo de crise.
A crise do tipo tônico-clônica generalizada é a que mais preocupa os pais ou outras pessoas que a presenciam, mas na maioria das vezes ela é autolimitada e para em dois a dez minutos. Na presença de uma crise tônico-clônica generalizada, a criança deve ser protegida de traumas, as contrações musculares não devem ser contidas e a cabeça deve ser mantida em posição rodada lateralmente para evitar aspirações no caso de vômitos. Não se deve tracionar a língua ou introduzir qualquer objeto na boca da criança. A respiração pode alterar-se durante a crise, mas normaliza-se nos primeiros minutos. Quando a criança apresenta crises subentrantes, sem retomar a consciência entre uma e outra, ou uma crise tônico-clônica com mais de 20 minutos de duração, ela entra em estado de mal epiléptico (status epilepticus). O estado de mal epiléptico é uma emergência pediátrica.
O tratamento da epilepsia deve ser introduzido assim que se faz o diagnóstico. Nas fases iniciais do tratamento com anticonvulsivantes, algumas crianças apresentam sonolência, mas esta reação tende a desaparecer ao final de certo período. Qualquer reação deve ser relatada ao pediatra ou neurologista e algumas delas, como irritabilidade ou as de tipo alérgico justificam a substituição do anticonvulsivante. Quando as crises são controladas, melhora tanto motora quanto cognitiva pode ser observada e, mesmo tendo cessado as crises, o tratamento deve ser mantido por, no mínimo, dois ou três anos. Uma vez iniciado o anticonvulsivante, a dose somente deve ser alterada conforme orientação médica. A suspensão súbita da medicação pode desencadear estado de mal epiléptico com possibilidade de agravamento do quadro neurológico. Algumas formas de epilepsia são resistentes ao tratamento com anticonvulsivantes

ALTERAÇÕES VISUAIS

Quando a criança nasce, o seu sistema visual não é ainda maturo. A fóvea, parte da retina responsável pela acuidade visual, não está completamente desenvolvida. As células desta região passam por um processo de crescimento e organização e somente alcançam a maturidade por volta dos quatro anos de idade. Normalmente, em torno dos três meses de vida, a criança já é capaz de fixar e acompanhar um objeto em movimento, mas a visão binocular se desenvolve somente entre o terceiro e o sétimo mês.
Na PC, o estrabismo é freqüente. Catarata (opacidade do cristalino), coriorretinite (inflamação da coróide e da retina) e glaucoma (aumento da pressão ocular) são desordens oculares comumente encontradas nas infecções congênitas.
Aproximadamente 2/3 dos prematuros de peso abaixo de 1250g desenvolvem algum grau de retinopatia do prematuro. Nos prematuros, o oxigênio usado para tratar a síndrome de esforço respiratório pode alterar o crescimento dos vasos sanguíneos da retina, predispondo a miopia, estrabismo e glaucoma. Nos casos mais graves, uma cicatriz fibrosa descola a retina do fundo do olho determinando perda da visão. Mesmo se tomando todas as medidas para prevenir a retinopatia do prematuro, ela pode ocorrer, e por este motivo, todos os prematuros tratados com oxigênio devem ser referidos para avaliações oftalmológicas periódicas durante os primeiros meses de vida.
O córtex visual é a região do lobo occipital responsável pela recepção e decodificação da informação enviada pelos olhos. Uma lesão nesta área pode determinar perda visual que neste caso é chamada de deficiência visual cortical (DVC). As causas mais frequentes de DVC são hipóxia, infecções do sistema nervoso central, traumatismo crânio-encefálico e hidrocefalia. Os testes eletrofisiológicos completam a avaliação clínica e podem determinar se a causa da deficiência visual está nos olhos ou no cérebro. O eletrorretinograma avalia a função retiniana e o potencial evocado visual avalia as vias nervosas do olho até o córtex visual. Na DVC, apesar dos testes iniciais indicarem deficiência importante, muitas crianças desenvolvem alguma função visual e a estimulação favorece de alguma maneira o desenvolvimento da visão.
É importante fazer a diferença entre DVC e atraso da maturação visual nas crianças que apresentam resposta inadequada aos estímulos visuais. As crianças com atraso da maturação visual, geralmente, não têm história de problemas durante a gestação ou o nascimento e têm exame oftalmológico normal, embora possam apresentar algum atraso do desenvolvimento psicomotor. O prognóstico é bom, ocorrendo melhora espontânea da função visual com o desenvolvimento da criança.
Todas as crianças com diminuição da resposta aos estímulos visuais ou alterações oculares devem ser avaliadas por oftalmologista interessado no diagnóstico e tratamento das doenças oculares infantis.

DEFICIÊNCIA AUDITIVA

Algumas crianças com paralisia cerebral têm deficiência auditiva e o diagnóstico precoce é importante porque no primeiro ano de vida, a experiência de escutar a fala humana orienta a formação de conexões nervosas em nível encefálico relacionadas à capacidade de linguagem e comunicação oral. A privação sensorial, nessa fase, pode comprometer o desenvolvimento dessas conexões. Alguns estudos em crianças com deficiência auditiva demonstraram que, mais do que o grau da deficiência, o diagnóstico e a intervenção precoce (marcadamente até os seis meses de idade) foram o melhor fator prognóstico para a aquisição da linguagem.
Na década de 80, o Comitê Americano para Audição na Infância recomendava a triagem neonatal para todas as crianças de risco (infecções congênitas, malformações do pavilhão auricular, face ou pálato, peso ao nascer inferior a 1500g, hiperbilirrubinemia neonatal grave, meningite bacteriana, asfixia perinatal e uso de medicações tóxicas para o ouvido). Contudo constatou-se que investigar apenas as crianças de risco permite identificar somente cerca de 50% dos casos de deficiência auditiva. A partir de 1994 foi proposta então a Triagem Auditiva Neonatal Universal.
Os métodos propostos para esta triagem são o potencial evocado auditivo de tronco encefálico (Brainstem Evoked Response Audiometry - BERA) e as emissões otoacústicas evocadas ('teste da orelhinha'), ditas fisiológicas, porque não é necessária uma resposta comportamental da criança para a interpretação do resultado. O primeiro teste consiste na medida eletrofisiológica do nervo auditivo e das vias auditivas no tronco encefálico para diferentes tipos de sons e o segundo no registro da resposta sonora natural apresentada pelas células ciliadas da cóclea a um estímulo sonoro. São métodos rápidos, não invasivos e de fácil aplicação. Um resultado anormal não é conclusivo para o diagnóstico de deficiência auditiva, mas indica a necessidade de avaliação audiológica completa em serviço especializado.
O diagnóstico precoce de deficiência auditiva possibilita a intervenção precoce favorecendo o processo de aprendizagem. O programa de tratamento pode englobar uso de amplificadores, implante coclear, linguagem de sinais e treinamento da fala.

DIFICULDADES PARA A ALIMENTAÇÃO

Desordens da sucção, mastigação e deglutição são comuns nas crianças com envolvimento total. Todos estes fatores contribuem para uma ingesta alimentar abaixo das necessidades. Além disso, muitas crianças com limitações motoras são mantidas por longos períodos com dietas próprias para bebês. A oferta monótona de certos tipos de alimento, tais como, leite e derivados, farináceos ou sucos após os seis meses de idade pode determinar quadros de anemias carenciais (principalmente por falta de ferro), desnutrição e infecções de repetição. A criança desnutrida não cresce normalmente e sua resposta aos estímulos que promovem o desenvolvimento é prejudicada.
A dieta deve ser planejada de acordo com as características clínicas e as limitações de cada criança. Por exemplo, para facilitar a deglutição e reduzir o refluxo de parte do conteúdo gástrico para o esôfago, recomenda-se manter a criança com a cabeça e o tronco em posição semi-elevada durante e por alguns minutos após cada refeição. Nas crianças com refluxo gastroesofágico, as refeições devem ser de menor volume e oferecidas em intervalos de tempo menores para que não haja prejuízo do total de nutrientes ingeridos em um dia. As crianças com dificuldade para deglutir líquidos, devem ser alimentadas com pequenos volumes de dieta pastosa e de sucos engrossados com frutas e gelatinas, procurando-se assim manter um bom nível de hidratação.

CONSTIPAÇÃO INTESTINAL

Quanto mais tempo as fezes permanecem no colo, maior é a absorção de água e mais endurecidas elas ficam, resultando em constipação. A constipação intestinal crônica decorre de vários fatores, entre os quais pequena ingestão de fibras e líquidos, atividade física reduzida, e uso de medicações como antiácidos e certos antiepilépticos.
A ingestão adequada de líquidos em geral, alimentos ricos em fibras tais como frutas (mamão, abacaxi, laranja com bagaço, ameixa preta, manga, melancia), verduras (principalmente as folhagens cruas), leguminosas (feijão, ervilha, lentilha) e alimentos integrais melhoram o funcionamento intestinal e são medidas que devem ser recomendadas se o colo (intestino grosso) ainda não estiver dilatado.
Quando a constipação é grave e não se observa resposta às orientações iniciais, os alimentos ricos em fibras devem ser suspensos imediatamente e a possibilidade de megacolo deve ser investigada. O tratamento correto do megacolo (dilatação do intestino grosso) requer a orientação de um pediatra com experiência neste tipo de problema.

REFERÊNCIAS:

1) Site: Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação: www.sarah.br
2) Swaiman KF, Ashwal S, Ferriero DM, Schor NF. Swaiman's Pediatric Neurology: Principles and Practice. 5a edição. Elservier
Fonte: http://jaimelin.com.br/saiba-mais-aspectos-clinicos-paralisia-cerebral/

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