Foto: Gustavo Scatena/Imagem
O empresário e bibliófilo José Mindlin morreu neste domingo (28), aos 95 anos. Membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), ele estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Mindlin era dono do maior acervo particular de livros no país. Em 2009, ele doou sua biblioteca pessoal para a Universidade de São Paulo (USP). Ele era o quinto ocupante da cadeira 29 da ABL, eleito em 20 de junho de 2006, na sucessão de Josué Montello. A academia terá luto de três dias pela morte do bibliófilo.
Biografia
Mindlin nasceu em São Paulo em 8 de setembro de 1914. Formado em direito pela Universidade de São Paulo, foi redator do jornal O Estado de S. Paulo de 1930 a 1934 e advogou até 1950, quando fundou e presidiu a Metal Leve.
Foi casado com Guita Mindlin, que morreu em 25 de junho de 2006. O casal teve quatro filhos: a antropóloga Betty, a designer Diana, o engenheiro Sérgio e a socióloga Sônia.
Mindlin foi membro do Conselho Superior da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) de 1973 a 1974 e de 1975 a 1976, diretor do Conselho de Tecnologia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e secretário da Cultura, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, quando estruturou a carreira de pesquisador. Fez parte do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CNPq), do Instituto de Pesquisa Tecnológica, e da Comissão Nacional de Tecnologia da Presidência da República, entre outras entidades.
O bibliófilo recebeu ainda diversas premiações, entre elas, em 2003 o prêmio Unesco Categoria Cultura; a Medalha do Conhecimento concedida pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; prêmio João Ribeiro da Academia Brasileira de Letras; e, em 1998, o prêmio Juca Pato como Intelectual do Ano.
O casal formou uma das mais importantes bibliotecas privadas do País, que Mindlin começou a formar aos 13 anos e chegou a ter 38 mil títulos. Em maio de 2006, o casal fez a doação de cerca de 15 mil obras da Biblioteca Brasiliana para a USP. No conjunto doado, constam raridades como documentos do século XVI com as primeiras impressões que padres jesuítas tiveram do Brasil, jornais anteriores à Independência e manuscritos que resgatam a gênese literária de grandes obras, como Sagarana, de Guimarães Rosa, e Vidas Secas,de Graciliano Ramos.
É o autor de Uma Vida entre Livros - Reencontros com o tempo e Memórias Esparsas de uma Biblioteca e lançou em 1998 o CD O Prazer da Poesia.
Com informações da Academia Brasileira de Letras.
FONTE: SITE TERRA
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